Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo IT: A Coisa – Capítulo 2. Continuação da bem sucedida readaptação do livro A Coisa de 2001 do consagrado Stephen King, que já havia ganhado as telas em 1990, e que voltou em 2017 em grande estilo. Novamente dirigido pelo competente Andrès Muschietti, essa continuação de cento e setenta minutos tem pouco tempo, isso mesmo, pouco tempo para tantas questões e subtramas, mas mostra o melhor do autor e do suspense psicológico resolvendo inclusive um problema clássico nas adaptações de Stephen King que são os finais inconclusivos e decepcionantes. Importante ressaltar que isso ocorre nas adaptações e não nos livros. O tempo atual no filme ocorre vinte sete anos após o primeiro conflito do grupo de adolescentes com o temido Pennywise. O Clube dos Otários, como eram conhecidos, agora não existe mais e seus membros estão crescidos. Eles vão precisar voltar a cidade de Derry e somar forças para enfrentar novamente o palhaço que os assombrou na juventude. Tecnicamente o filme é muito bem desenvolvido, com transições suaves e orgânicas, inclusive entra as diferentes épocas e a direção de arte faz um trabalho primoroso com os cenários e as cores. Muschietti sabe aproveitar muito os planos e compõe a ação de forma dramática extraindo o máximo de suspende e tensão. O problema do filme é que o vilão perdeu sua força, principalmente em relação ao grupo e a saída, é apelar para cenas fortes e com mortes de personagens, que estão ali apenas para essa função. Além disso, são muitos os núcleos e trabalhar cada personagem do grupo e seus medos e evoluções, toma muito tempo e não consegue chegar ao ponto que precisa. Mesmo assim, o trabalho do roteiro em se aprofundar nas psiques é louvável e carrega o filme com o bom suspense. O elenco está repleto de bom atores como Bill Skarsgård, James McAvoy e Jessica Chastain, só para citar alguns, e todos com boas atuações e muita entrega. Esse é o resultado de um trabalho bem feito para escalar o elenco. Não vai decepcionar os fãs e apreciadores de suspense ou mesmo de cinema em geral e, mesmo não sendo tão bom se comparado ao anterior, é um filme de suspense muito acima da média em todos os aspectos. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
A outra estreia desta semana é Corgi: Top Dog. Essa é uma animação belga sobre animais que falam e interagem com os humanos como muitas vezes já vimos. A verdade é que apesar de visualmente bom, o filme nada trás de novo e ainda perdeu muito com a dublagem brasileira. O protagonista é um cachorro que foi dado à rainha da Inglaterra, e que tem uma vida de rei no palácio de buckingham. Tudo ia bem até que, em uma visita do presidente dos Estados Unidos e sua esposa a Londres, o cãozinho se mete um uma enrascada e acaba fugindo após ser fortemente repreendido pela rainha. O que segue deste ponto é o mesmo de sempre. Ele percebe que foi traído, vai enfrentar desafios em um mundo que não conhecia e precisa retornar mudado e reestabelecer a ordem natural das coisas. Impossível ser mais clichê e previsível do que isso? O problema maior mesmo é a falta de dimensões das personagens que não fazem por merecer e não constroem seus resultados baseados em suas ações. O protagonista, por exemplo, é esnobe, ascende pelo esforço dos outros e muda como mágica, sem um acontecimento ou um ponto de virada. A linguagem adulta também dificulta, pois não consegue se comunicar com os adultos por se tratar de uma animação infantil e dificulta o entendimento do público alvo que são as crianças. Apesar disso, visualmente a animação merece elogios e tem um acabamento digno até mesmo se comparado aos grandes com Disney ou DreamWorks. Outro ponto bom são as piadas, principalmente com o presidente Trump. Essa é certamente uma boa hora para pegar no pé dos políticos canastrões. Existem ainda muitas referências, mas nada que possa salvar, ainda que elas sejam boas e inesperadas. A verdade é que é uma animação visualmente bem realizada, mas com um roteiro genérico que se resume a alguns bons momentos. Vale ainda sim o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Fear The Walking Dead. Com cinco temporadas, a série conta o dia a dia de uma família ao tentar sobreviver aos primeiros momentos de um apocalipse zumbi. Obrigatório para quem viu e gostou da série original The Walkig Dead que segue para a décima temporada.
