Filmes da semana 05/01 até 11/01

05/01/2018 19:19:58
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Jumanji: Bem-Vindo à Selva. Jumanji lançado em 1995 foi um filme que marcou uma geração e entrou para a história do cinema por conta do CGI que ainda estava tentando mostrar algo convincente nas telas. Vinte e três anos depois, uma nova geração se fez e novas linguagens apareceram e essa foi a aposta desse segundo filme. Mesmo fazendo referências ao original, jumanji deixou de ser um jogo de tabuleiro e passou para um console, semelhante ao antigo Atari. As personagens literalmente entram no jogo e tudo funciona como um game moderno. Por conta disso, existem dois momentos narrativos muito distintos mas relacionáveis: dentro e fora do jogo. Essa busca por uma modernização no formato foi um acerto, principalmente pelo tom mais voltado para comédia. Outro acerto foi o elenco, tanto fora, como dentro do jogo. Dwayne Johnson, Jack Black e Kevin Hart fazem bem o que sabem e com uma ótima química. O jovens Alex Wolff, Madison Iseman e toda a turma, também fazem boas atuações. Esse jogo de diferentes atores com as mesmas personas dão uma graça a mais e conseguiu ser muito bem explorado. Claro que são muitos os momentos engraçados e sempre tem uma lição de moral, mas o filme tem como proposta, ser uma grande aventura. O maior erro do roteiro foi criar um vilão abobalhado e caricata. Fora isso, Jumanji acerta muito e certamente vai agradar mesmo quem esperava um filme mais conservador, semelhante ao original. Vale muito o Ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.


Outra estreia desta semana é O Touro Ferdinando. Dirigido pelo carioca Carlos Saldanha, que se destacou com A Era do Gelo, a animação trata de um tema complicado e controverso que são as touradas. Confesso que fiquei preocupado com o andamento dos 10 primeiros minutos por conta da abordagem desenvolvida. Touros brigando para ir para as touradas como se fosse algo bom e honroso. Essa abordagem logo muda com a fuga do jovem Ferdinando que descobre uma vida completamente diferente de tudo que ele conhecia. A animação tem uma qualidade impressionante de cores e movimentos. As cenas foram muito bem cuidadas e as personagens bem desenvolvidas. Apesar do final previsível, as reviravoltas conseguem surpreender. A falha do filme está no repertório batido de piadas que não conseguem trazer elementos novos ou explorar os pontos fortes das personagens. Claro que fazer um touro enorme ser forte e temido, mas também fofo, é um desafio.  Na verdade, apesar de ser uma animação, o assunto é sério e o tom do filme carrega uma angústia impregnada. Os touros são vítimas de um show bizarro em uma arena, para entreter pessoas sem qualquer senso de bem comum. Isso não é cultura, não faz sentido e não deveria existir. Mas não se assuste, O Touro Ferdinando consegue emocionar e deixar uma forte mensagem ao tratar as touradas do ponto de vista do touro. Parabéns por mais um belo trabalho do Carlos Saldanha que já deixou sua marca na animação mundial. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre.

A última estreia desta semana é Roda Gigante. Existem 3 motivos para este ser um filme diferenciado: Woody Allen, Kate Winslet e Vittorio Storaro. Esses nomes combinados em uma obra, não tem como não ser muito bom. A força de Allen está no roteiro, mesmo que sua direção seja quase autoral, é a trama e os diálogos inteligentes que se destacam neste filme. Já Kate Winslet rouba todas as cenas, brilha e mais uma vez impressiona. Por fim, Storaro, considerado por muitos o melhor fotógrafo do mundo, faz um jogo de cores e sobras que explora a beleza e o drama como um pincel na tela. Incrível a ação dramática que Storaro consegue compor, assim como as sensações entre os sentimentos, as estações, e tudo mais. Esse é, ou está, entre os filmes mais belos do Woody Allen. O enredo é sobre uma mulher frustrada que encontra alívio em um relacionamento com um rapaz mais jovem. Seria simples, mas Allen sabe misturar as cartas e brincar com sentimentos e a psique humana. O elenco ainda conta com James Belushi, Justin Timberlake e Juno Temple, todos muito bem. É um filme forte e que nos faz questionar. Existe um exagero de situações e o pessimismo eterno do Woody Allen, mas essa fuga da realidade sempre tem muito para nos dizer. Claro que existem as boas piadas, como o menino com fortes tendências pirotécnicas, mas esta obra é um drama lúdico sobre a família, os seres humanos, com suas fraquezas, seus sonhos e ilusões. Vale cada centavo do ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Sugestão:
Para ver em casa a dica desta semana vai para os novos episódios de Black Mirror. Uma das séries queridinhas da Netflix estreia 6 novos episódios com os mais diversos assuntos e histórias. Sempre muito bem produzida, vale aproveitar esse período mais tranquilo para fazer uma maratona. 2018 começou muito bem.

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