A única estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Shazam! Mais um filme de herói e, dessa vez, a DC resolveu “apostar” suas fichas em uma história de origem mais leve, fugindo do tom dark já saturado, buscando cores e risos sem perder a essência do herói. Shazam, faz parte do que é conhecido como Universo Estendido da DC e figura entre os grandes nos comic books. A escolha pelo diretor sueco David F. Sandberg não poderia ter sido mais acertada. Ele demonstra toda sua qualidade com a utilização de flashbacks, enquadramentos e até câmera lenta para somatizar a experiência sensorial. Já o roteiro, é bom pontualmente, mas demonstra clara inexperiência ao tentar amarrar a trama, nada que comprometa, no geral Henry Gayden se saiu bem em seu primeiro trabalho em uma grande produção. O importante é que o filme vai agradar e consegue se comunicar com praticamente qualquer faixa etária. São muitas as referências interessantes, sátiras e piadas inteligentes. Importante ressaltar que desde o início, o filme deixa claro que não é para o levarmos a sério e isso funciona muito bem. O enredo é sobre um menino órfão de 14 anos, que recebe de um mago a capacidade de se transformar em um super-herói com roupinha vermelha, capa e um raio brilhante amarelo no peito, sempre que pronunciar uma palavra mágica. O elenco está muito bem e consegue desenvolver comédia e drama na medida certa. Zachary Levi que faz o Shazam adulto surpreende e se firma como ator cômico, mas também consegue entregar a mudança necessária para enfrentar os desafios que vão aparecer no terceiro ato do filme. O menino Asher Angel esbanja carisma e Mark Strong conseguiu construir um bom vilão, bem diferente dos quadrinhos. Na verdade, fazia tempo que a DC não conseguia compor um vilão interessante. Shazam traz alguma renovação para as produções de super-heróis sem errar o tom cômico, como em Thor Ragnarok, apontando caminhos que vão além de capas voando, lutando e destruições aleatórias para impressionar. Visualmente o filme foca mais na direção de arte do que em efeitos especiais e consegue ir além do herói que carrega a responsabilidade do mundo sobre os ombros. Vale avisar que são duas as cenas pós-créditos, uma no início, mais relevante, e uma piadinha após todos os créditos. Shazam é engraçado, saudosista e muito bem realizado. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão:
A dica desta semana para assistir em casa vai para After Life. Série criada, dirigida e estrelada por Ricky Gervais que entrou a menos de um mês no catálogo da Netflix, ela trabalha o tema da solidão e desencontros se utilizando principalmente do humor sarcástico britânico. Curta, com apenas seis episódios de menos de trinta minutos cada, vale pelas belas mensagens e mesmo sendo uma comédia, consegue emocionar.
