Filmes da semana 02/12 até 08/12

02/12/2016 18:24:40
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Estreia esta semana nos cinemas Anjos da Noite – Guerras de Sangue. Este é o quinto filme dessa franquia que aborda a briga entre vampiros e lobisomens indo além da visão de romance adolescente. Na verdade, o que mais atrai no formato é o charme, a sensualidade, a luta pelo poder e o visual Matrix. Quem conhece a franquia sabe bem disso. Dessa vez Selene, interpretada novamente por Kate Beckinsale, foge de tudo e de todos que querem encontrar sua filha devido ao valioso sangue que a menina possui. No mais é um monte de gente bonita, incluindo o queridinho das moças Theo James, muitas brigas e as tradicionais afetações dos vampiros. Tobias Menzies faz um vilão a altura da heroína, mas Lara Pulver, a mulher fatal da quarta temporada de Sherlock, parece uma madrasta mimada de conto de fadas. Tirando um monte de coisas sem sentido e soluções inusitadas, é definitivamente um filme para quem conhece e gosta da franquia. É impressionante como Underworld (título original) consegue sempre encontrar algum fôlego para continuar apesar de ser uma produção meramente mediana. A resposta para isso está no visual que aos poucos se renova sem sair do salto. Vale muito o ingresso para os fãs e simpatizantes, mas os desavisados vão ficar perdidos. A indicação etária é para maiores de 16 anos.  

Para as crianças estreia esta semana As Aventuras de Robson Crusoé. Um clássico da literatura mundial, Crusoé é um dos personagens mais conhecidos e é claro, adaptado, copiado e revisitado do mundo. De origem belga e francesa, foi uma grande aposta de um estúdio menos badalado para tentar chegar aos figurões do mercado. A ideia foi boa, criar um enredo tendo o Robson Crusoe como um coadjuvante e a ação ser impulsionada pelos animais. Aí temos um bode, um tatu, e muitos outros que aos poucos passam a conviver com o aventureiro. Claro que só isso seria pouco, e aí aparecem uns gatos desmilinguidos para complicar as coisas. Resumindo, pegaram o pobre do Robson Crusoé e criaram uma história de conflitos bobos entre as personagens que não vai para lugar algum. Ou melhor, vai para o lugar comum. Mas se por um lado o roteiro decepciona, visualmente a animação é muito bem cuidada. A riqueza de detalhes, cores e movimentos impressiona e não fica devendo nada aos grandes como Pixar e Dreamworks. É uma bela animação mas muito infantil, narrativamente pobre e que claramente usou o famoso aventureiro somente para chamar a atenção. É incrível ver uma produção desse porte com um conteúdo tão fraco. A lição aqui é a tradicional da vovó: não basta ser bonito, precisa ter algo para dizer ou, também cabe, não julgue um livro pela capa. Seja como for, as animações que fizeram sucesso recentemente foram as que conseguem se comunicar com crianças e adultos  e, como eu sempre digo, de um bom roteiro podemos ter um bom filme, mas de um roteiro ruim, nunca teremos um bom filme. Vale o ingresso somente para tirar as crianças de casa. A indicação etária é livre. 

A última estreia desta semana em Nova Friburgo é O Último Virgem. Esse é um tema que já foi explorado a exaustão e parece que sempre terá fôlego para uma nova produção. A ideia central aqui foi fazer o óbvio com uma pegada adolescente. Nada além diss.. O problema é que com 5 minutos de exibição já podemos dizer praticamente tudo que vai acontecer. Não digo os detalhes, mas os desdobramentos das relações das personagens, que é o que interessa. Fiorella Mattheis interpreta a professora Top Model que convida Dudu, interpretado por Guilherme Prates, a ir a sua casa para aperfeiçoar seu estudos em biologia. Os amigos do Dudu acham que vai rolar algo a mais com a professora e se unem para preparar o menino que é virgem e inexperiente. O resto é tudo obvio e com todo tipo de clichês. Uma coisa boa é que o filme não se leva a sério, mas como comédia deveria ser engraçado, só que não é. Aí o que resta são interpretações que parecem vindas de teatro infantil, ações sem sentido e situações bobas. Sei bem das dificuldades de fazer cinema no Brasil, mas parece que a galera leu um livro do Syd Field, viu Porky’s e The Last American Virgin e tiveram a brilhante ideia de carioquizar a coisa toda fazendo algo entre uma sátira e o pastelão. Ficou tolo e nada descolado. Ainda para piorar existe um certo mau gosto ao retratar ambos os sexos assim como as relações entre os jovens. Até mesmo os adolescentes vão ter alguma dificuldade em se identificar, mas para quem gosta do besteirol ou da pipoca do cinema, pode valer o ingresso. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Uma Vida Iluminada. Esse é um daqueles filmes que vai te surpreender, te fazer rir e chorar. É um Road Movie que aborda um assunto complexo de forma sensível e inteligente.

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