Estreia esta semana em Nova Friburgo Operação Red Sparrow. O diretor Francis Lawrence, alguns anos após a conclusão da saga Jogos Vorazes, volta a trabalhar com Jennifer Lawrence e tenta imprimir uma heroína no melhor estilo, mulher fatal, mas problemas no roteiro e na direção, impediram que uma boa premissa se tornasse um bom filme. O enredo lembra as tradicionais tramas de espionagem durante a guerra fria e conta a transformação de uma bailarina, que se vê forçada a virar um agente de elite conhecido como Sparrow, que não mede esforços para conseguir o que precisa para completar a missão. O roteiro não conseguiu desenvolver uma identidade ou algo interessante ai, apelou para nudez e ação. Isso não funciona mais, nem mesmo com a Jennifer Lawrence como bucha de canhão. Como sempre, um roteiro ruim não pode resultar em um bom filme e, o diretor Francis Lawrence, não se esforçou e entregou uma obra pouco inspirada e preguiçosa. O elenco tem nomes de peso como Charlotte Rampling, Joel Edgerton, Jeremy Irons e Matthias Schoenaerts, mas todos ficam enlatados e não consegue desenvolver boas atuações. Essa pouco entrega no filme como um todo, distancia o público que não desenvolve interesse, ou compra a ideia. Cheio de boas intenções, o filme não entrega o que promete. Não desenvolve uma trama interessante entre espiões, e não lança um novo selo para Jennifer Lawrence, como uma mulher sensual e perigosa. A indicação etária é para maiores de 16 anos.
Outra estreia desta semana é A Maldição da Casa Winchester. Difícil passar em branco qualquer filme estrelado pela premiada atriz Helen Mirren. Muitas vezes prestamos mais atenção no elenco do que na produção e usamos o famoso gatilho mental da autoridade. Se esses atores que são premiados estão nesse filme, ele certamente é bom. Isso não é uma regra e Mirren, protagoniza um filme mediano, arrastado e canastrão. O enredo é sobre a Sra. Sarah Winchester, que enfrenta um mal que assombra sua família por conta de terem sido mortas com as armas fabricadas em sua empresa, os famosos rifles Winchester. Existem alguns acertos quanto ao figurino, fotografia e cenários, mas tirando isso, todo o resto é mais do mesmo. Jason Clarke interpreta um psicólogo que deve avaliar a sanidade da Sarah Winchester e se vê mergulhado em uma redenção pessoal, nada mais clichê. A trilha fica apenas musicando ações sem qualquer objetivo nobre e, o pior mesmo, é que o filme não assusta, nem um pouquinho. Talvez esse desencontro seja por conta da pouca experiência dos diretores e roteiristas Michael e Peter Spierig. Importante dizer que filme não é ruim, ele só não é o que promete. Não vai agradar muito os fãs de terror, mas pode ser visto sem grandes expectativas. Vale por pouco o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Por fim, estreia para o público infantil a animação Duda e os Gnomos. Animação simples e divertida que inegavelmente remete e tenta resgatar o clima das comedias infantis como Esqueceram de Mim ( Home Alone ) com Macaulay Culkin. Na verdade o título, Gnome Alone, já entrega. O enredo é sobre uma menina que está sempre mudando de residência com sua mãe e, desta vez, eles vão morar em uma casa estranha e cheia de gnomos e uma pedra azul que desencadeia uma possível invasão de seres que devoram tudo. A animação trabalha duas realidades, a fantasia e o drama adolescente de autoestima e aceitação. O roteiro escrito por muitas mãos prejudica ao criar buracos e soluções divinas, assim como tenta cumprir os tradicionais códigos das animações atuais com lições e redenção. Chato isso, mas não é condenável. Estamos em um momento de quebra de formatos tradicionalistas também no cinema, basta ver as indicações para o Oscar 2018. O diretor Peter Lepeniotis consegue aproveitar bem alguns truques e a própria linguagens de filmes de terror de forma leve, através das cores e da dinâmica. O grande mérito mesmo é a boa e digna homenagem aos clássicos infantojuvenis. Pode não agradar aos adultos por problemas na lógica do enredo e pela abordagem simplista, mas as crianças vão gostar. Vale sim o ingresso e a indicação é livre.
Sugestão:
Para assistir em casa, a dica desta semana vai para Um Limite Entre Nós. Baseado na premiada peça de mesmo nome e estruturado com uma narrativa cênica tipicamente teatral, o filme apresentam um drama forte que consegue extrair grandes atuações de Viola Davis e Denzel Washington. Bom para esses dias que antecedem o Oscar 2018.
Dia 4 de março é a cerimônia de entrega do Oscar 2018. Vou palpitar os meus favoritos nas principais categorias, façam suas apostas:
Melhor filme – A Forma da Água
Melhor diretor – Christopher Nolan ( Dunkirk )
Melhor atriz – Frances McDormand ( Três Anúncios para um Crime )
Melhor Ator – Gary Oldman ( O destino de uma Nação )
Melhor Atriz coadjuvante – Allison Janney ( Eu, Tonya )
Melhor Ator coadjuvante – Sam Rockwell ( Três anúncios para um crime )
Melhor Roteiro Original – A Forma da Água
Melhor Roteiro Adaptado – Logan
