Filmes da semana 01/07 até 07/07

01/07/2016 17:46:54
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Estreia esta semana em Nova Friburgo o tão esperado Procurando Dory. Sei que é inevitável a comparação com Procurando Nemo, mas não podemos cair nessa armadilha. Procurando Nemo pode ser considerado um tipo de neoclássico da retomada das animações e não deve ser comparado, nem mesmo com a sua continuação. Por isso mesmo não tem o número 2 no título. Dito isso, uma das personagens mais carismáticas da animação dos últimos tempos ganha o protagonismo e nesse filme decide voltar às suas origens em busca da sua família. Sei que parece simples e é mesmo, mas eles são fofos, leais e corajosos, sempre superando medos e desafios em uma animação bela e competente. Para quem já conhece esse pessoal do fundo do mar essa é mais uma oportunidade para rever o simpático Nemo com seu pai resmungão, a tartaruga Crush e, claro, a esquecida Dory, assim como conhecer novos personagens como o polvo Hank, muito presente e importante na trama e Becky, a pata com cara de doida mas que está mais ligada do que parece. Na verdade esse é um ponto interessante da animação que explora um pouco alguns conceitos egocêntricos dos humanos que não conseguem se descolar dos seus pontos de vista e acabam por submeter os animais a situações de exploração por puro capricho. A cena mais forte sobre isso é quando as crianças brincam em um tanque aterrorizando seus habitantes, mas no todo, o filme relata a exploração dos animais pelo homem e isso tem lados positivos. Destaque para a trilha sonora, bela e competente. No geral é uma boa animação mas sem o brilho de outras que consagraram a Pixar. É engraçada, tem aventura e as lições de sempre. Mas no fundo o importante mesmo é poder ver os fofos Nemo e Dory e pronto. Vale muito o ingresso, mas não pode ser comparado com o Procurando Nemo. A indicação etária é livre, claro.  

A outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Porta dos Fundos – Contrato Vitalício. Confesso que fiquei descrente quando soube que o pessoal do porta dos fundos estava preparando um longa para o cinema. Mesmo que eles tenham conseguido se tornar o canal de humor mais bem sucedido de todos os tempos na internet brasileira, trata-se de enquetes ironizando situações diversas com um pouco de humor negro e piadas despudoradas. A questão toda é por conta do tempo. Três minutos falando besteira e fazendo críticas sociais é uma coisa, um filme com quase duas horas é outra. Como seria feita essa transição e como fazer para não ser mais uma daquelas horrorosas adaptações cheias de quadros perdidos como o falecido Casseta e Planeta entre outros? Não sei se foi a maturidade, a experiência, a química e o tempo de convivência, ou se foi a veia antenada com os novos tempos, provavelmente tudo junto, mas o fato é que eles conseguiram. Claro que há quem adora e quem odeia, mas o filme consegue ir além do Youtube sem perder as características que consagraram essa turma. O grande acerto foi apostar na autoparódia, em fazer piada com essa necessidade crescente de ser visto, o culto a celebrização e a total falta de senso das pessoas quando expostas. Gregório Duvivier é um Diretor de cinema que se consagra junto com Fábio Porchat, ator do filme, e que desaparece após ir ao banheiro. Dez anos depois ele ressurge dizendo ter sido sequestrado por seres extraterrestres e quer fazer um filme sobre isso tendo como o ator principal o Porchat com que tem um contrato vitalício. A brincadeira é que nada disso faz sentido e mesmo nessa loucura toda, surge alguma sanidade, mas assim como ocorre no mundo real, é uma voz que não consegue ser ouvida. O elenco é o mesmo de sempre e está todo mundo bem em seus papeis. As personagens é que são exageradas e programadas, imutáveis. Mas é assim mesmo, contextualiza com a superficialidade proposta. O mais importante é que inevitavelmente quem for assistir vai rir. Seja pelo cansaço, pelas piadas com flatulência e coisas do gênero ou mesmo pela situação incoerente como um todo. Outro ponto interessante é que o tom é mais ameno que o usado na internet. Por fim, vale o ingresso pela crítica social e por alguns momentos engraçados. Queiramos ou não, estamos de alguma forma inseridos nesse contexto de autopromoção insano e descabido. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

SUGESTÃO:
Para ver em casa a dica desta semana vai para Vermelho Como o Céu. Filme italiano dirigido por Cristiano Bortone baseado em fatos reais sobre um menino apaixonado pelo cinema e que ao perder a visão descobre novas formas de contar suas estórias. Sensível, tocante e profundo. Vale explorar novos formatos narrativos cinematográficos.

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