ECOS DAS COMEMORAÇÕES DO DIA DA INDEPENDÊNCIA

13/09/2019 20:11:59
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Mais um ano o calendário assinalou o dia 7 de setembro e, no desfile cívico, mais uma vez, se destacaram a Marinha, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, o Tiro de Guerra, pelo garbo com que os seus componentes, sempre, se apresentam, denotando grande sentimento de patriotismo.

As baterias dos Colégios Anchieta, Modelo e Nova Friburgo (da Fundação Getúlio Vargas), compostas por ex-alunos, transbordantes de entusiasmo, deixavam transparecer o afeto que os prendem às suas antigas escolas.

Voltando ao passado, no ano dos 150 anos da Independência do Brasil, em 1972, os preparativos para as comemorações tiveram início, no mês de abril, quando chegaram, no dia 22, no navio “Funchal”, vindos de Portugal, os restos mortais de Pedro I.

Segundo o “Jornal do Brasil” de 23/4/1972, no Rio de Janeiro, no meio da Baía de Guanabara, o esquife foi transferido do “Funchal” para o navio brasileiro “Piraquê”. Em terra, foi colocado num tanque anfíbio, modelo M-59, ladeado pela guarda montada dos “Dragões da Independência”.

O cortejo atravessou a cidade até chegar à “Quinta da Boa Vista”, em São Cristóvão, antiga residência da monarquia, onde já se encontravam o Governador do Estado do Rio, Chagas Freitas, autoridades civis, militares e religiosas, bem como membros da família imperial: D. Pedro Gastão e sua esposa, vindos de Petrópolis e D. Pedro Henrique e esposa, procedentes de Vassouras.

Os restos mortais de nosso primeiro monarca ali permaneceram, por três dias, onde foram velados por súditos devotados e fiéis.

Eu e meu pai fomos ao Rio, especialmente para participar do velório. O ambiente era de muita sobriedade e respeito e bandeiras do Império do Brasil guarneciam o salão. Os “Dragões da Independência” faziam a guarda da urna funerária, em cuja cabeceira havia um crucifixo e velas. Eu levei uma rosa e a coloquei aos pés da urna. 
A impressão que se tinha era a de que D. Pedro I havia falecido horas antes, e que seu corpo havia sido colocado no caixão, há poucos instantes.

Foi emocionante.

Depois de um bom tempo no local, eu e meu pai nos sentamos num dos bancos dos jardins da Quinta da Boa Vista. Anoitecia e o palácio estava todo iluminado, por refletores. 
Prosseguindo, de acordo com o “Jornal do Brasil”, depois deste período de velório, o ataúde percorreu outras cidades, permanecendo alguns dias em Belo Horizonte, quando D. Pedro I recebeu grandes homenagens, assim como em Porto Alegre.

Finalmente, no dia 7 de setembro, os despojos do Imperador foram depositados na capela imperial do “Monumento do Ipiranga”, na cidade de São Paulo, onde já se encontravam os da Imperatriz Leopoldina, sua primeira esposa, desde 1954, ano do “IV Centenário de São Paulo” ( até então, os restos mortais da Imperatriz, estiveram repousando num mausoléu no Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro).

De todas as comemorações do sesquicentenário, a que mais me sensibilizou foi a interpretação do “Hino Nacional”, em todo o território brasileiro, por volta das 4:00 horas da tarde, do dia 7 de setembro, horário em que foi proclamada a independência, num sábado, às margens do Riacho Ipiranga, em São Paulo.
O governo federal conclamou toda a população do Brasil a cantar o hino, no horário citado, e os habitantes de todos os municípios brasileiros assim o fizeram, de norte a sul, de leste a oeste.

Em Nova Friburgo, o povo se reuniu na praça, diante da Catedral de São João Batista, e eu participei do evento, com muita euforia e com grande sentimento de patriotismo.

Retrocedendo no tempo, há 50 anos atrás, o dia 7 de setembro de 1969,um belo sábado de sol, foi muito marcante para os friburguenses. Nesta data, a sede da Prefeitura Municipal foi transferida do prédio da Praça Getúlio Vargas, 71 (hoje, Fundação D. João VI) para o da antiga Estação da Estrada de Ferro Leopoldina, na Av. Alberto Braune, 255, sendo Prefeito Municipal, o Dr. Amâncio Mário de Azevedo.

Para tal finalidade, o referido imóvel inaugurado, em 1935 (que substituiu o da estação anterior, de 1873), foi todo reformado e adaptado. Ele estava desativado há cinco anos, desde 15 de julho de 1964, quando o trem trafegou pela última vez, com a extinção do transporte ferroviário. 

Atualmente, o prédio da administração municipal friburguense, um dos mais belos e imponentes do Estado do Rio de Janeiro, tem o título de “Palácio Barão de Nova Friburgo”.

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