Dica para a o Cinema em Casa com o Sesc

17/10/2020 19:04:17
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Ainda não foi nesta semana que os cinemas reabriram em Nova Friburgo. Certamente essa demora é justificada por conta dos protocolos de segurança, a programação ainda pouco atraente e, principalmente, por conta dos exibidores precisarem entender quais os melhores caminhos para uma retomada. Com algumas salas já em funcionamento no Brasil, a troca de experiências vai certamente mostrar boas opções para que o setor possa voltar oferecendo entretenimento com a garantia da segurança do público.

Esta semana a dica vai para a o Cinema em Casa com o Sesc que já foi citado nesta coluna no passado e está com ótimas estreias esta semana. Além de filmes e animações como: O Menino da Floresta e Saint Laurent, já estão disponíveis também filmes africanos de países como Camarões, Egito, Etiópia, Nigéria, Quênia, e muito outros. Para assistir bastar acessar o link, escolher a filme e clicar no play. Esses são os destaques:

– 24 semanas
Esse é um drama alemão dirigido por Anne Zohra Berrached, que chegou a competir pelo Urso de Ouro no 66º Festival Internacional de Cinema de Berlim e trata de um assunto complexo e necessário a ser debatido. A questão é sobre o aborto, e Berrached conduz a narrativa de forma elegante e cadenciada. Outro ponto forte é o roteiro que não se exime do tema ou busca respostas fáceis, mas o destaque mesmo é da atriz Julia Jentsch que vem construindo uma carreira consistente e irretocável. Forte e emocionante, você não vai segurar as lágrimas.

– O Bandido da Luz Vermelha
Primeiro longa-metragem do diretor Rogério Sganzerla, este filme se tornou uma referência do cinema nacional. Ele foi produzido na década de 60, em um período muito fértil para o cinema brasileiro mas também em um momento complicado, quando a ditadura estava forte e com o AI-5 próximo de ser instituído. É importante compreender o contexto para entender o bandido e a besta que o habita. São muitas as referências e o filme oferece múltiplos gêneros. Conhecido também como “far west do Terceiro Mundo”, vale muito assistir ao filme para conhecer ou relembrar do cinema poético com pitadas de chanchada, musical e até mesmo ficção científica.

– Ar Condicionado
Esse é possivelmente o primeiro drama angolano que você poderá ver. Produzido de forma independente ele busca uma reflexão sobre a sociedade em relação aos valores e sonhos incompatíveis com o abismo social existente. Muitas teorias foram levantadas acerca do enredo, e se falou até de planos conspiratórios como pano de fundo, mas a verdade é que a obra transita entre o real e o surreal de forma orgânica e lírica revelando uma ótima obra que, além de explorar uma cultura próxima e com o mesmo idioma e problemas do Brasil, consegue desenvolver uma crítica relevante através dos chamados “transparentes” que trabalham e habitam as cidades repletas de edifícios frios de vidro.

– Rosas Venenosas
Drama egípcio com forte apelo sensorial, ele faz uma crítica a desigualdade em um local onde o Estado simplesmente não existe. O ritmo é lento, mas a câmera no ombro cria uma experiência muito próxima das personagens que sofrem com as condições locais. Ao ver o filme, podemos entender os motivo que levam pessoas a se amontoarem em botes para chegar a costa de outros países mesmo sabendo que podem perder suas vidas no caminho. Esse não é um filme para todos, principalmente por conta do ritmo lento e por não entregar tudo tão mastigado. A beleza aqui está nos detalhes e na experiência.

Acesse o Cinema em Casa com o Sesc no link abaixo
https://sesc.digital/colecao/42876/cinema-emcasacomsesc

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