CARTA DE UM METABOLISMO ESTRESSADO

01/03/2016 12:14:55
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Querido humano, eu sei que você anda desapontado comigo. Sei que nos últimos tempos você me esconde em baixo de roupas largas e evita praia.

Você me exige uma energia que não tenho.

Suas bolachas e refrigerantes não me dão o suporte necessário. Fico sobrecarregado e infelizmente, me vejo obrigado a estocar energia em forma de gordura.

Eu sei que você se envergonha do seu estoque de energia, mas o que você me pede, não posso lhe oferecer. Estou fraco.

Não descanso e sabe-se lá quando foi meu último sono reparador. Quando acordo, você não me alimenta e quando me alimenta não é com qualidade.

Estou estressado e próximo de um colapso nervoso. Sei que você espera mais de mim, mas tenho que ser sincero também esperava mais de você.

Você me pede foco, energia e menos gordura. Eu lhe peço nutrientes, hidratação e descanso. E assim como você estou a ver navios.

Você se chateia com o intestino preso, mas querida, não estou em condições de abrir mão de nada agora.

Não me peça para lembrar de algo. Meu estoque de antioxidantes está baixo, minhas membranas celulares sem flexibilidade e a gordura ruim que você consome, acaba comigo!

Já não consigo transportar bem o açúcar que você ingere e contra a minha vontade, tive que chamar a minha amiga insulina com mais frequência. Se você esta tonta e cor dor de cabeça, a culpe. E você bem sabe o quanto ela é difícil, sempre que ela aparece de forma desordenada sou obrigada a estocar ainda mais gordura.

Desista dos cremes e das massagens, meu amor. Já não respondo aos estímulos externos.

Estou tão nervoso que pedi conselhos ao cortisol. Ele me aconselhou a reter o máximo de liquido que puder para me proteger e sempre que possível, me livrar do peso desnecessário dos músculos.

Bem, músculos são pesados e eu já não tenho capacidade de carregá-los por aí. Optei pela gordura meu bem, me desculpe. Com a escassez de nutrientes tive que fazer escolhas drásticas.

Não estou mais nutrido sua pele e cabelo, logo, você os verá ir embora.

Estou tão nervoso que cápsulas e suplementos não são absorvidos. Estou bravo com você e agora, não quero mais papo. Estou lhe escrevendo essa carta como um adeus. Estou me desligando e logo a falta de ar será evidente.

Quanto mais adoeço mais você me agride com fármacos e eu sinceramente, não sei porque você me trata assim.

Até parece que quer me ver sofrer. Como se não bastasse todos os anos de descaso, agora grita aos sete ventos que eu sou lento. Dói. Eu nasci sim com algumas imperfeições, mas imaginava que você com sua inteligencia humana, soubesse zelar pelo seu corpo. Me enganei! Você não prestou atenção aos sinais e abusou de mim.

Agora que desabafei lhe pergunto, quando me cansar e for embora, onde você irá morar?

Esse texto eu achei muito interessante, e resolvi transcrever pra vocês, autora desconhecida. Reflita!

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