CALEDÔNIA, UM NOME FASCINANTE

02/08/2019 11:54:44
Compartilhar

Desde o meu tempo de criança – quando a minha casa era uma das mais altas da rua, e ela ainda não era circundada por altos edifícios- eu gostava de ficar na porta da cozinha, para vera paisagem.

O tempo era dividido em colégio (da professora particular D. Noêmia Carvalho) pela manhã, e deveres de casa à tarde, mas ficava atenta à hora, para não perder o pôr sol. As cores do crepúsculo sempre me encantaram e eu apreciava os contornos da Pedra do Imperador, da Cascatinha, da Caledônia, d’as Catarinas, etc.

Mais tarde, cursando o ginasial do Colégio Nossa Senhora das Dores, estudando geografia, mais especificamente a Oceania, me chamava atenção a Nova Caledônia, um arquipélago nas proximidades da Austrália e da Nova Zelândia.

Daí em diante, passei a indagar, incessantemente, qual seria a relação entre a Nova Caledônia da distante Oceania e a Caledônia de Nova Friburgo? O nome Caledônia me fascinava, causando-me muita curiosidade.

Após algumas pesquisas, tomei conhecimento de que foi o navegador e explorador inglês James Cook que, em 4 de setembro de 1774, deu ao arquipélago a denominação de Nova Caledônia, em homenagem à Escócia que, na época do domínio do Império Romano, tinha, em latim, o nome de Caledônia.

Então, a nossa montanha teria sido batizada, por algum inglês?

Fui informada pelo saudoso excursionista e professor Hermano Fontão – que por sua vez soubera do historiador Dr. Raphael Jaccoud _ que o naturalista, geólogo e  mineralogista britânico John Mawe esteve no Brasil (entre 1809 e 1811), visitando jazidas de diamante em Minas Gerais e percorrendo outros locais do interior do Brasil, com a autorização de D. João VI.

Em 1812, ele publicou, em Londres, o livro “Viagens pelo Interior do Brasil”, que faz um relato da viagem à esta região, em 1809, citando as terras do Morro Queimado, em sua obra ( segundo o pesquisador Carlos Rodholfo Fischer, no seu primoroso trabalho,“Uma História em Quatro Tempos”).

Embora no seu trabalho não haja uma citação explícita à Caledônia, tudo me leva a crer que John Mawe foi quem deixou para nós, na tradição oral e na memória popular, este nome tão fascinante.

Excluindo tal possibilidade, como explicar que um nome de orígem romana, que se incorporou às regiões da distante Escócia ( um país britânico que integra a Grã-Bretanha, com a Inglaterra e o País de Gales), tenha chegado até nós ?

Compartilhar