Sedentarismo aumenta o risco de demência tanto quanto genética

07/02/2017 09:29:03
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Pior ainda: de acordo com um estudo canadense, a falta de atividade física pode anular o efeito protetor dos genes.

Ter um estilo de vida sedentário pode aumentar seu risco de demência tanto quanto uma predisposição genética para a doença. Pior ainda, não praticar atividade física regularmente pode anular o efeito protetivo de um conjunto saudável de genes. A conclusão é de um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Alzheimer’s Disease.

Pesquisa
No estudo, pesquisadores da Universidade McMaster em Hamilton, Ontario, no Canadá, acompanharam mais de 1 600 adultos com 65 anos ou mais durante cinco anos. Os resultados mostraram que idosos com um estilo de vida sedentário apresentaram o mesmo risco de demência daqueles que carregaram a mutação genética APOE, principal fator de risco genético para a doença. Por outro lado, as pessoas que se exercitaram pareciam ter menor probabilidade de desenvolver demência do que aqueles que não praticavam atividade física, mesmo que não carregassem o gene de risco.

Genética
Segundo os autores, a mutação APOE é o mais forte fator de risco genético para demência vascular, demência do corpo de Lewy, Parkinson e, especialmente, Alzheimer. Pessoas com apenas um alelo APOE podem ter entre três e quatro vezes mais probabilidade de desenvolver demência do que aqueles que não carregam o gene.

Embora o estudo não tenha comprovado uma relação de causa e consequência e os autores não saibam dizer de que forma o exercício pode reduzir o risco de demência, a principal atividade relatada pelos participantes fisicamente ativos no estudo foi caminhada, três vezes por semana.

“O que significa que você não tem que treinar como um atleta olímpico para obter os benefícios de saúde do cérebro de ser fisicamente ativo. Você não pode mudar seus genes, mas pode mudar seu estilo de vida”, afirmou Jennifer.

Demência
Cerca de 47,5 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência, escreveram os pesquisadores, e esse número deverá crescer para 115 milhões até 2050. Sem uma cura conhecida, há uma necessidade urgente de explorar, identificar e mudar os fatores de estilo de vida que podem reduzir o risco da doença.

“Eu não consigo entender porque o medo da demência não é o suficiente para fazer todas as pessoas adotarem um programa regular de exercícios físicos. Eu digo a todos os meus pacientes que eu se eu puder dar-lhes apenas um conselho é que a única coisa que eles podem fazer para diminuir o risco ou a progressão da demência é se exercitarem.”, disse Sam Gandy, diretor do Centro para Saúde Cognitiva do Hospital Mount Sinai em Nova York, e que não esteve envolvido no estudo, ao Health News.

http://veja.abril.com.br/

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