PSICOLOGIA: Os Jovens Virtuais

19/03/2019 16:37:25
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Era comum até a década de 90 as crianças e adolescentes brincarem na rua de bola, de pique, de várias brincadeiras. Quando chegava o final do dia, todos iam para casa jantar com sua família e até as 22h dormir, porque no outro dia levantavam cedo para ir à escola.

Com a diminuição dos espaços físicos nas cidades, o aumento da criminalidade, a diminuição do tempo dos pais para levar os filhos até os locais seguros para essas atividades, a geração atual tem buscado cada vez mais jogos virtuais. São jogos de lutas, jogos de “azar”, jogos de situações reais e até mesmo jogos de desafios. Eles aparecem para nossos adolescentes e jovens através de redes sociais ou portais de pesquisa pela internet.

Eles interagem com adolescentes que sequer conhecem pessoalmente, portanto, não se sabe se são mesmos adolescentes: há de se questionar!

A fase da adolescência é uma fase de transição. É a fase das descobertas do mundo “adulto”. O corpo muda, as escolhas começam a ser definidas, as exigências aumentam. É muito importante o acompanhamento durante este período, pois os questionamentos vêm e eles têm dificuldade em se expressar, por timidez ou até mesmo por não saber como falar/perguntar. Quando eles estão “trancados” no mundo virtual tudo fica mais fácil. Eles são aceitos mais facilmente do que no mundo real. Nesse meio virtual eles encontram apoio e companhia. Aí que mora o perigo! Quem são essas companhias?

Os adolescentes são movidos a desafios. Por isso, quando incentivados ao acerto, alcançam lugares bons, quando incentivados ao erro, também alcançam lugares ruins.

Os jogos de desafios da internet fazem isso com os jovens. Levam a cumprir tarefas e cada vez elas são mais audaciosas. Um exemplo desses jogos foi “Baleia Azul” que levou muitos ao suicídio. Hoje volta a “Momo” invadindo vídeos que já existem incentivando crianças e jovens a matar seus pais e depois cometerem suicídio.

No massacre de Suzano, que ocorreu essa semana, dois jovens entraram numa escola e assassinaram várias pessoas. Não posso atribuir a motivação a jogos virtuais, mas acendeu esse questionamento em mim pela semelhança com os desafios dos jogos.

Nossas crianças, adolescentes e jovens precisam de DIÁLOGO. Eles querem e necessitam de conversa. Aproveite o momento das refeições para isso, dê boa noite, pergunte sobre o dia deles. Atenção: a maioria dos adolescentes não fala por iniciativa própria, por isso eles preferem a internet, que é um entretenimento para eles. Precisamos definir rotina, tempo para jogar ou conversar e precisamos verificar com quem eles conversam no momento dos jogos ou nas suas redes sociais.

Internet, jogos, televisão em excesso gera isolamento, que gera ansiedade, depressão e até mesmo suicídio. Então, não deixe chegar a uma “bola de neve”.  Seu filho adolescente e jovem está em formação. Que tipo de formação que você quer para ele?

Priscila Viana de Souza Frazão – Psicóloga Clínica

(22) 9 9899 5399 / (22) 2580 1389

 

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