Ministério da Saúde alerta para possível surto de dengue em todo Estado do Rio, a partir de março

16/01/2020 07:56:01
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O Estado do Rio de Janeiro poderá ter um surto de dengue a partir de março de 2020. A afirmação é do Ministério da Saúde.

“A dengue é uma doença sazonal e o quadro é dinâmico e pode mudar em pouco tempo, mas, no momento, os nove estados do Nordeste e as regiões do Sudeste com grande contingente populacional pouco afetadas em 2019 estão no nosso alerta”, afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde, Roberto Said.

O Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue no ano passado, com 782 mortes, segundo dados da pasta, um aumento de 488% em relação a 2018, um ano considerado atípico pelo Ministério.

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE TAMBÉM FAZ ALERTA

Responsável pelas grandes epidemias de dengue no Brasil em 2007, 2008 e 2009, o sorotipo 2 do vírus que provoca a doença deve voltar a circular entre a população fluminense neste verão. De acordo com o médico da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), Alexandre Chieppe, embora os sinais e sintomas de todos os quatro sorotipos sejam os mesmos, a previsão é motivo de preocupação.

“O sorotipo 2 do vírus da dengue é associado a casos mais graves da doença e, como ele não circula no estado do Rio de Janeiro desde 2008, grande parte da população nunca teve contato com o patógeno, não desenvolveu anticorpos e, por isso, está mais exposta. Temos vírus circulando, um mosquito transmissor muito bem adaptado ao ambiente urbano e, agora, a suscetibilidade da população vem completar o tripé que sustenta epidemias de arboviroses, dentre elas as de dengue”, alerta o especialista.

Chieppe informa que 2019 foi o segundo ano com o maior número de casos de dengue notificados desde o início da série histórica, em 1975, com um crescimento de 517% em relação a 2018.

“Foram mais de 1,5 milhão de casos da doença, principalmente em Minas Gerais, São Paulo e no Espírito Santo, com 754 óbitos. A reentrada do sorotipo 2 do vírus, após anos de circulação dos sorotipos 1 e 4, é a principal explicação para esse aumento. E esse quadro pode vir a se repetir no Rio de Janeiro”, explica.

Nesse cenário, o diagnóstico precoce e o acompanhamento clínico adequado são decisivos para desfechos favoráveis. Por isso, além de intensificar ações para conscientização da população em relação à eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, a SES-RJ está preparada para atender com agilidade e precisão as pessoas que adoecerem.

“A organização da rede de atendimento à população é fundamental para diminuir o risco de complicações e, consequentemente, o número de óbitos. O plano de contingência conta com equipes de resposta rápida, com médicos e enfermeiros disponíveis 24 horas, fluxo de internação de casos graves, acesso a exames laboratoriais e a teste diagnóstico, dentre outras estratégias”, adianta Chieppe.

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