Inovação como motor para a competitividade da indústria

30/11/2016 09:19:09
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Seminário “Novos Caminhos para o desenvolvimento da indústria”, da FIRJAN, apresentou quatro soluções de alunos do Senai de Nova Friburgo para problemas reais de indústrias da região

O aumento da competitividade da indústria fluminense tanto no cenário nacional como internacional está diretamente ligado a ações de inovação. Esse foi o tema central do seminário “Novos Caminhos para o desenvolvimento da indústria”, que aconteceu nesta terça-feira, no Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Idealizado pelo Grupo Metal Mecânico, que reúne 3.200 empresas e mais de 100 mil funcionários no estado do Rio, o seminário discutiu a inovação nos três segmentos que formam o tripé para o futuro da indústria: produção em Lean, método de gestão empresarial que une melhoraria de produtividade, redução de custos e qualificação dos funcionários; design como forma de pensar (“design thinking”) e indústria 4.0, como tem sido chamada a quarta revolução industrial, uma era em que tecnologia, interconectividade e análise de dados permitirá a fusão dos mundos reais e virtuais na produção.

O evento apresentou dez iniciativas que fazem parte do “Desafio SENAI de Projetos Integradores”, um programa da FIRJAN para desenvolver em seus alunos a capacidade de criar ações inovadoras e pensar de forma empreendedora. Os alunos elaboraram soluções para problemas reais da indústria, que foram enviados pelas próprias empresas pela iniciativa #MandaProSENAI. Todas as soluções atendem a exigências de normas de regulamentação do setor produtivo, como a NR 12, que define referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores no uso de máquinas e equipamentos.

Quatro projetos são de alunos do SENAI de Nova Friburgo, que apresentaram ideias para resolver falhas na linha de produção de empresas da região. Para a empresa 3F Fechaduras, os estudantes Guilherme Mello, de 18 anos, e Matheus Costa, de 19, estudantes dos cursos de mecânica e automação industrial, respectivamente, criaram um dispositivo eletrônico para fixar a parte do cadeado por onde entram pequenas peças como pinos e molas, uma espécie de tampa do corpo do cadeado. Chamado de “cravação automática”, o equipamento desenvolvido aumenta a produtividade e a segurança do trabalhador. Para a empresa atuante no ramo de esquadrilhas de alumínio, Serril, o aluno Rafael Militão, de 25 anos, do curso técnico em mecânica, projetou um dispositivo capaz de medir automaticamente o comprimento de uma barra de alumínio, operação que é feita manualmente pelo funcionário, com uma trena, na mesa de corte. Para a empresa MHS, fabricante de máquinas, os alunos Rubiel Vasconcelos, de 18 anos, e Leandro Pereira, de 17, desenvolveram uma estrutura que envolve a mesa aquecida de corte de estruturas metálicas, com a função de servir como exaustor, abafador de ruídos e também promover a segurança do operário.

“A indústria vai exigir cada vez mais profissionais empreendedores, com habilidades para resolver problemas que apareçam no setor onde trabalham. O papel do SENAI é capacitar profissionais para essa nova demanda. O futuro da indústria será de menos esforço humano e de mais cérebro”, explica Cláudio Tangari, vice-presidente da FIRJAN e presidente do SindMetal (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Nova Friburgo). “Hoje é comum um operário que atue em uma única função, mas a tendência é que ele se responsabilize por outras tarefas do setor, e possa criar ideias para a empresa, por isso temos que começar agora a capacitar esses profissionais no SENAI”, diz Lucenil Carvalho, presidente do Simmerj (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Rio de Janeiro).

Para ciclo de apresentações do seminário, o evento organizou três painéis com os temas que formam o tripé do futuro da indústria: Design, Indústria 4.0 e Lean. O empresário Fred Gelli, da Tátil Design de Ideia, agência responsável pela criação do símbolo oficial dos Jogos Rio 2016 (escultura com três pessoas se abraçando), comandou a palestra “Como conquistar espaço no mercado e alavancar os negócios através do design”. Ele falou sobre a mudança de percepção do design como uma forma de pensar e não apenas como estratégia para dar forma a produtos. “O profissional de design hoje é responsável por elaborar ideias inovadoras a partir de uma observação abrangente da situação, de fazer novas conexões”, diz Gelli. Para defender o tema “Como tornar a indústria mais produtiva”, o presidente do Lean Institute Brasil, José Roberto Ferro, explicou os fundamentos do “lean thinking”, baseado no sistema Toyota de produção, que busca impulsionar o valor dos produtos e serviços no mercado por meio do melhor uso de recursos, otimização de processos e valorização da força de trabalho.

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