Estado: MP apreende fortuna em operação contra fraude na saúde

11/07/2020 09:04:44
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A operação do Ministério Público que prendeu nesta sexta-feira, 10/7 o ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos. Durante a ação, foi apreendida uma fortuna: algo em torno de R$ 8,5 milhões. O MP não confirma que o valor tenha sido localizado em imóvel do ex-secretário.

De acordo com o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção, desse montante, cerca de R$ 7 milhões estavam em reais e o restante em dólares americanos, euros e libras esterlinas. A defesa do ex-secretário de saúde também nega que o montante tenha sido encontrado em imóvel do cliente.

O ex-secretário é investigado por suspeitas de irregularidades nos contratos de Saúde do RJ durante a pandemia de Covid-19, e deverá responder por peculato – corrupção cometida por funcionário público – e organização criminosa, segundo o MPRJ.

Os promotores apresentaram provas de que o próprio ex-secretário fazia a interface com empresas interessadas em contratar com a secretaria. Em certas ocasiões, diz o MPRJ, Santos realizava prévia indicação daqueles que seriam contratados em processos administrativos que estavam por vir.

Em uma conversa de áudio no celular de Neves, Edmar Santos determinava a criação de uma “lista secreta” daqueles que seriam fornecedores da pasta.

“(…)Mapeia para mim todos os endereços de depósito de distribuidor de medicamento, distribuidor de material médico e distribuidor de equipamento aqui no Rio de Janeiro. Cara, todos esses endereços de depósito, deixa uma lista aí secreta contigo. Só eu e você vamos ter acesso a isso”, instruiu Santos a Gabriell Neves, ex-subsecretário que também está preso.

Além disso, há suspeitas de irregularidades nos contratos firmados sem licitação. Entre eles, o de compra de respiradores, oxímetros e medicamentos e o de contratação de leitos privados. O governo do RJ gastou R$ 1 bilhão para fechar contratos emergenciais.

Dos 1 mil respiradores comprados pela pasta, apenas 52 foram entregues e não serviam para pacientes com Covid-19. Os contratos foram firmados com três empresas, também investigadas.

Outros 97 aparelhos chegaram no fim de junho e estão no terminal de cargas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, encalhados.

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