Educação financeira agora é obrigatória no currículo do ensino fundamental

22/01/2018 12:03:35
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A partir de 2018, estudantes do ensino fundamental terão uma nova disciplina obrigatória na escola: educação financeira. Ao longo do ano, as instituições de ensino irão se adaptar às novas diretrizes e terão de 2019 até 2020 para implementar todas as mudanças. A nova disciplina deverá ser abordada principalmente em Matemática e Ciências da Natureza. A iniciativa de introduzir a educação financeira nas salas de aula foi do Banco Central, em conjunto com entidades parceiras.

Mudanças que impactam a vida de milhares de crianças
O objetivo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é englobar vários assuntos à educação financeira, mas principalmente em Matemática, ao ensinar conceitos básicos de economia e finanças. Porém, outras disciplinas podem abordar o assunto, como por exemplo, em História, ao mostrar a função do dinheiro na sociedade e como ocorreu o consumo em diferentes momentos históricos.

Esse é um tema recente no mundo todo. No Brasil, nunca tivemos uma cultura de educação financeira nas escolas. E será como aconteceu com a educação ambiental, que foi aos poucos incorporada de uma forma transversal. Eu considero muito acertada a decisão de trazer esse assunto para as escolas, já que, independente da profissão que o adulto escolher, o dinheiro é um elemento que estará presente na vida dele. E isso é uma necessidade de todos nós. É como educação para higiene, para saúde e para questões do dia a dia.

Não saber lidar com as contas, estourar o cartão de crédito, comprar mais do que pode pagar e não saber avaliar o custo benefício, são reflexos de uma educação deficiente quando o assunto é dinheiro. Se você trouxer essa base para o início da vida, para a criança ter noções sobre consumo, planejamento, direitos do consumidor e saber mais sobre as contas da família, os efeitos negativos de não saber lidar com questões financeiras podem ser minimizados.

Reflexos no futuro do Brasil
Em 2017, quatro em cada dez brasileiros terminaram o ano com as contas no vermelho. O levantamento mostrou ainda que 22% dos entrevistados possuem parcelas de empréstimos e financiamentos em atraso, e 47% tiveram um aumento na fatura do cartão de crédito. Apenas 13% conseguiram ter dinheiro guardado em dezembro. Os dados são do Indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

Esse panorama é um reflexo da má gestão que o brasileiro faz do seu dinheiro. Para Andy, levar esses ensinamentos para dentro da sala de aula é uma forma de mudar a realidade da nossa sociedade. Uma vez que os próprios pais não têm esse conhecimento, torna-se papel do educador fazer a diferença. “A escola pode ser um agente para influenciar as crianças, que por sua vez podem ser mobilizadoras de suas famílias. Como ocorre quando a criança vai para casa ensinar os pais a não jogarem o lixo na rua. Quando traz a educação financeira para sala de aula, você educa a população”, conclui.

https://financasfemininas.uol.com.br/

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