Bancários da Caixa Econômica ameaçam entrar em greve

23/08/2020 09:19:34
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Por Jornal O Dia

Em meio à greve nacional dos Correios, decretada na segunda-feira, 17/8, os bancários da Caixa Econômica Federal também podem iniciar movimento grevista em breve. Segundo a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), o banco público cortou direitos de funcionários na pandemia, inclusive planos de saúde de trabalhadores que estão na linha de frente do atendimento presencial emergencial.

A Fenae disse que os trabalhadores, expostos, relatam cortes em plena crise, o que seria a principal razão da greve dos bancários.

“Mesmo com todo o empenho dos bancários para garantir a prestação de serviços essenciais à população – colocando em risco a saúde e a vida deles e de seus familiares – o governo federal quer acabar com direitos históricos conquistados pelos trabalhadores”, aponta o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.

O presidente da Fenae cita ainda que “nunca iniciamos uma campanha salarial com uma proposta tão rebaixada. Não vamos aceitar nenhum direito a menos”, garante.

Takemoto diz que uma das principais perdas aos bancários da Caixa é uma suposta tentativa da direção do banco de inviabilizar o plano de saúde dos empregados. A instituição propõe alterações no modelo de custeio do Saúde Caixa, o que, segundo a Fenae, vai aumentar o custo para todos os usuários.

“Em um momento de pandemia e com os empregados da Caixa na linha de frente do atendimento e expostos aos riscos de contágio, o banco quer restringir o acesso a esse direito básico sob a falsa alegação de que a intenção é manter a sustentabilidade do plano de saúde”, lamenta Takemoto.

A Fenae lista que, entre os itens da proposta financeira feita pela empresa,- além de “reajuste zero” no ano de 2021, o que poderá implicar queda de 2,65% nos salários por conta da inflação, os bancos ainda pretendem reduzir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos funcionários em quase metade (até 48%), retirar a 13ª cesta alimentação, diminuir a gratificação de função (de 55% para 50%) e alterar direitos dos que sofreram acidente de trabalho.

“Quase 70% das categorias trabalhistas fecharam, este ano, acordos que tiveram aumento real ou reposição da inflação. No nosso caso, estamos falando do setor que mais lucra no país: os bancos”, explica Juvandia Moreira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Segundo ela, “é completamente inaceitável essa proposta”.

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