Atenção aos riscos de usar descongestionante nasal continuamente

12/08/2020 10:38:55
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Além de dependência, o medicamento pode causar taquicardia, hipertensão e insônia.

De fato, não há sensação que traga mais alívio que respirar bem e, muitas vezes, quando bate aquela gripe, resfriado ou sinusite, a primeira reação é ir até a farmácia e comprar um descongestionante nasal.

Existem vários fatores que fazem com que esse tipo de medicamento tenha alto índice de venda nas farmácias. Seu preço varia entre R$ 4 e R$ 30, não é preciso uma receita médica para a compra e seu efeito ocorre entre cinco e 10 minutos após a aplicação.

Entretanto, toda essa eficácia vem acompanhada de um preço. Usado de forma exagerada, o medicamento pode trazer sérios riscos à saúde como taquicardia, hipertensão e insônia.

Nas laterais do nariz, existem estruturas chamadas cornetos, que são formados por uma estrutura central revestida por mucosa, quando há um incômodo ou alguma doença, esses cornetos incham e dificultam a respiração. Os descongestionantes nasais possuem substâncias conhecidas como vasoconstritoras que tem um mecanismo que contrai os vasos sanguíneos dos cornetos, devolvendo a sensação de alívio por até seis horas.

Descongestionante nasal vicia?
O termo correto para definir essa situação é chamado de “efeito rebote”, tendo a sensação de alívio imediato como seu maior responsável. Assim que alguém usa o medicamento, o nariz desentope rapidamente, quando o efeito passa, o nariz volta a fechar. Quanto mais a pessoa utiliza o medicamento e respira melhor, mais a pessoa sente a necessidade de usá-lo. Seu uso crônico reduz o tempo de efeito do remédio, fazendo com que o nariz entupa mais rápido.

As pessoas falam ´estou viciado´, mas não é o vício no sentido de dependência química. É muito mais no sentido de a pessoa ficar precisando da medicação a toda hora.
É fundamental consultar um otorrinolaringologista para tratamento contra o “efeito rebote”.

Quais as contraindicações?
Em um alerta divulgado em 2016, a Anvisa informa que o uso de descongestionantes nasais devem ser evitados em pessoas com doenças cardíacas, hipertensão, doença de tireoide, diabetes, rinite crônica e glaucoma.

Ainda segundo o alerta, a situação é ainda mais séria em crianças, o uso, especialmente em superdosagem, pode causar náuseas, cefaleia, hipertensão, hipotensão, depressão do sistema nervoso central com diminuição acentuada da temperatura do corpo, bradicardia, sudorese, sonolência e coma.

A Anvisa também orienta que o tempo de tratamento máximo com descongestionantes nasais vasoconstritores é de até três dias.

Como evitar os descongestionantes nasais?
O nariz é um filtro natural do ar que respiramos e, por mais que não sirva como um descongestionante, médicos indicam que em dias frios e secos é importante manter o nariz hidratado com soro fisiológico.

Quando você coloca uma solução fisiológica, que tem a mesma quantidade de sal do líquido corpóreo, ela só entra no corpo como mecanismo de limpeza. É claro que pode liberar o nariz, especialmente se a pessoa estiver com catarro ou algum tipo de obstrução na mucosa. Mas não é o mesmo que descongestionante. Descongestionante é um remédio, com várias substâncias que geram esse composto vasoconstritor.

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