Tributo ao inesquecível Monsenhor José Antônio Teixeia (no 40º ano do seu falecimento)

16/07/2017 18:20:39
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Tendo por pais Osório Antônio Teixeira e Josefina Teixeira, nasceu no dia 15 de agosto de 1897, o menino José Antônio, em Duas Barras (RJ), na Fazenda da Conceição, onde seu pai era administrador. Eram seus irmãos Maria, Inocência, Luísa, Luís e Josefina, esta última nascida no Carmo (RJ), quando a família se transferiu para este município.

Bem mais tarde, a família Teixeira viria a se radicar em Nova Friburgo, onde o Sr. Osório instalaria uma fábrica de sabão, na Rua General Câmara, 130, hoje, Rua Augusto Spinelli, Edifício Bariloche.

O rapaz José Antônio, sentindo a vocação para a vida religiosa, entrou para o Seminário Diocesano de Niterói, em 7 de março de 1910, sendo ordenado sacerdote pelo Bispo D. Francisco Agostinho Bennassi, na Catedral de  São João Batista de Niterói, em 24 de maio de  1920, antes mesmo de atingir a idade mínima exigida para tal.  O referido privilégio lhe foi concedido, por ter se destacado, dentre os seus colegas, pelo seu aproveitamento nos estudos, e por revelar acentuada piedade cristã (segundo relato de sua saudosa irmã Maria Teixeira Camargo).

Depois de trabalhar, por pouco tempo, na Igreja de Santo Cristo, em Niterói, veio para nossa cidade, como Padre Coadjutor do Vigário da Matriz de São João Batista, Monsenhor José Silvestre Alves de Miranda, ficando conhecido como Padre José.

Com a morte de Monsenhor Miranda, em 6 de janeiro de 1936, Padre José passaria  a ser o 8º Vigário Geral de Nova Friburgo a partir  de 2 de fevereiro  de 1936 e o “Pastor das Almas”, na verdadeira acepção da palavra.

Não se limitava a cumprir os ofícios religiosos, na Matriz de São João Batista, mas ia ao encontro da ovelha que necessitava da sua ajuda, onde quer que ela se encontrasse.            

Numa época, em que os meios de locomoção e das estradas eram precários, não hesitava em montar algum burrico, para vencer terrenos íngremes, através de picadas, para levar a Unção dos Enfermos ao moribundo ávido de consolo espiritual. Organizava a sua agenda, de tal maneira, que doente algum ficasse sem a sua visita.

Era comum vê-lo retornar, após um dia de lida, pela Rua São João (atual Monsenhor José Antônio Teixeira), já por volta das 21,00 horas, com sua longa batina, trazendo um guarda-chuva, numa das mãos e, na outra, o terço que rezava ao caminhar.

A sua figura veneranda impunha tal respeito, que ao passar pela calçada de algum bar, os frequentadores demonstravam certo constrangimento, diante de sua augusta presença.

Impunha a sua autoridade, sem arrogância, sabendo se fazer respeitar, pela brandura. Era uma gestão exercida com benevolência e afabilidade, seguindo o princípio evangélico: “repulsa ao pecado, mas amor e compreensão para com o pecador”.

Não se restringia a dar conforto espiritual às pessoas, preocupando-se, também, com os que necessitassem de ajuda material, era muito caridoso. “Sacerdote segundo o coração do Altíssimo”, durante as vinte e quatro horas do dia, sempre disponível a dizer a palavra certa, que consolasse a alma angustiada e o coração aflito. Se o problema não tivesse solução, pacientemente, ouvia o que o atribulado tinha a dizer, deixando-o desabafar à vontade. Era um amigo em quem confiar.

A sua modéstia era um manto a encobrir as suas virtudes e qualidades, mas sua santidade era tal que, do seu interior extravasa uma intensa paz espiritual, que envolvia todos os que estivessem ao seu redor.

Naquela época, Nova Friburgo não estava dividida em paróquias, tudo se concentrava na Matriz de São João Batista. Assim, quando era preciso, lá ia o pároco celebrar Missas nas mais diversas localidades: Lumiar, Amparo, Cônego, Conselheiro Paulino, etc.

 É certo que ele contava com o auxílio dos sacerdotes coadjutores, Padres José Vaz e Júlio Billot, mais tarde, dos Padres Caetano Miele e Gilberto Ferreira de Souza. Ainda, ao longo do tempo, dos Padres José Isaias de Arêa, Higino Lattec, Alveri Vianello e Luís Gonzaga Pedrosa Galvão e de padres jesuítas, mas todos o queriam para oficiar os seus atos religiosos: os noivos, para seus casamentos; os pais, para o batizado de seus filhos; os penitentes, como confessor; os agonizantes, para a absolvição dos seus pecados.

Ao ser criada a Diocese de Nova Friburgo, o seu nome chegou a ser cogitado para ser o primeiro bispo, mas a sua humildade o impediu de aceirar tão honroso cargo. Dizia sempre que já possuía o maior de todos os títulos, o de “Sacerdote – Viver para Servir”. E assim, exerceu o seu sacerdócio de maneira irrepreensível, durante 57anos, isto é, até 17 de julho de 1977, quando faleceu. Contava 80 anos de idade.

Enquanto sua boníssima alma subia para a glória dos céus, seu corpo era sepultado em nossa catedral, onde aguarda o dia magnificente da ressurreição.

Atividades de Monsenhor José Antônio Teixeira, segundo o “Livro de Tombos” da Catedral de São João Batista:

Professor de Latim, Português e Matemática, nos Colégios Anchieta e Modelo, logo após a sua chegada a Nova Friburgo.

-Fundou, em 1928, a primeira escola noturna masculina, em nosso município, construindo, para o seu funcionamento, dois salões, nos fundos da matriz (hoje, catedral), com o nome de “Escola Paroquial”, mudado posteriormente, para “Escola Mater Pietatis”. Nesta ocasião, ampliou o prédio da matriz, para a comemoração das Bodas de Ouro Sacerdotais do Monsenhor Miranda, em 1929.

-Com a colaboração do jesuíta, Padre Nicolau Princepessa Rosetti, fundou a escola noturna feminina “ Moça Operária”, que funcionou em dependências do prédio do atual “Willisau”.

-Com o jesuíta Padre Paulo Banvart, fundou a “Associação Católica da Juventude Friburguense”.

– Durante 15 anos, prestou assistência espiritual aos enfermos do Sanatório Naval.

– Em colaboração com as Sras. Antônia Ortigão, Josina e Virtulina Mouta, de Francisco Nunes Pinto, o “Seu Chiquinho Pinto” e de outras pessoas caridosas, fundou a “Casa dos Pobres de São Vicente de Paulo”, em 28 de maio de 1933.

-Por determinação do Bispo de Niterói, D. José Pereira Alves, e com a colaboração dos padres jesuítas, organizou e realizou de 23 a 27 de maio de 1945, o Congresso Eucarístico Diocesano de Nova Friburgo.

– Deu aulas de Religião, gratuitamente, por muitos anos, em vários colégios noturnos, e durante o período de 1956 a 1965, foi orientador de ensino religioso nos Colégios Modelo, Cêfel e Rui Barbosa (hoje, Colégio Estadual Jamil El-Jaick).

-Organizou, com o auxílio da Profa. Maria Damasco Mouta, as “Semanas Ruralistas” no Distrito de Lumiar, de 1953 a 1960, extensivas aos habitantes de São Pedro da Serra, Córrego de Santo Antônio e Casimiro de Abreu.

-Fundou a “Obra Social Monsenhor José Teixeira”, em 25 de maio de 1973.

São estes os traços gerais da vida deste “Servo do Senhor”, que se dedicou a fazer o bem ao próximo e à salvação das almas
-Organizou, com o auxílio da Profa. Maria Damasco Mouta, as “Semanas Ruralistas” no Distrito de Lumiar, de 1953 a 1960, extensivas aos habitantes de São Pedro da Serra, Córrego de Santo Antônio e Casimiro de Abreu.

-Fundou a “Obra Social Monsenhor José Teixeira”, em 25 de maio de 1973.

São estes os traços gerais da vida deste “Servo do Senhor”, que se dedicou a fazer o bem ao próximo e à salvação das almas. 

                                                                                                                             

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