Passou pela vida fazendo o bem

30/09/2017 17:01:36
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Sempre que caminho pela calçada do edifício de número 78, da Rua Augusto Spinelli, sinto o desejo de proclamar a todos: aqui morou uma santa. Trata-se da saudosa senhora Maria Sara Braune Negreiros Hamelmann, carinhosamente, chamada de Dona Sarita.

Pertencente à tradicional família friburguense, herdou de seu avô materno Alberto Braune e de sua tia Maria Dulce Braune Barcellos, o profundo sentimento cristão da prática da caridade, dedicando sua vida às obras filantrópicas.

Era responsável pela “Pastoral Carcerária”, quando a Delegacia de Polícia funcionava no casarão que deu nome ao bairro da Vila Amélia, função que exerceu com muito amor, carinho e dedicação. Estava sempre atenta às necessidades dos detentos. Se algum se queixava de dor de dente, logo providenciava o medicamento para aliviá-lo.  Se outro estivesse aflito, necessitando enviar um recado a algum familiar, imediatamente, tomava o seu carro e se dirigia ao destino determinado, qualquer que fosse a hora e a distância.

Por ocasião das festas natalinas, organizava uma confraternização para os presos, contando com a colaboração das pessoas amigas que ofertavam as iguarias para o lanche, precedido pela celebração da Missa.

A catequese ficava sob a responsabilidade da saudosa Irmã Cecília, da Congregação de Santa Doroteia, que ministrava os princípios religiosos, em aulas semanais, com o auxílio de alguns catequistas.

Dona Sarita, figura de destaque na área artística e cultural de Nova Friburgo, era casada com Ernesto Victor Hamelmann que ocupava um alto cargo de direção, na Fábrica de Rendas Arp, tendo sido um dos fundadores da Sociedade Fotográfica de Nova Friburgo, em 1º de dezembro de 1950.

Por ocasião do 70º aniversário do falecimento de Alberto Braune, fui procurá-la para obter dados, a respeito de seu avô, para um artigo que escreveria alusivo à data. Com a sua peculiar gentileza, começou narrando a vida do pai do homenageado, de forma tão detalhista e minuciosa, que dá matéria para um outro artigo (que pretendo publicá-lo).

Ao falecer, em sua residência, em 27 de julho de 2006, já viúva, deixou o filho Victor Eduardo, engenheiro, e um neto que, na época, contava dezenove anos de idade. 

Para sintetizar o que foi a profícua existência de D. Sarita, somente transcrevendo a inscrição latina, que se encontra no pedestal da estátua de seu avô, Alberto Braune, em nossa praça principal: “per transit benefaciendo”, ou seja, “passou fazendo o bem”.

 

 

 

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