O DIA DA VITÓRIA – 8 de maio – Aos Ex-Combatentes do Brasil – (No 70° aniversário do fim da II Guerra Mundial)

07/05/2015 15:35:55
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É com o coração transbordando de júbilo, reconhecimento e gratidão que venho trazer-lhes a minha singela homenagem pela passagem de tão grandiosa data, o setuagésimo aniversário do término da Segunda Guerra Mundial. Este importante marco histórico não pode e não deve ser esquecido por todos aqueles que conhecem o valor da liberdade e da democracia.

É bem verdade que, na época, eu nada entendia dos graves acontecimentos mundiais. Para mim, uma menina de 5 ou 6 anos de idade, a guerra era uma mãe desesperada, andando em tardes de inverno, pelas avenidas que margeiam o Rio Bengala; a guerra, para mim, eram as campanhas do alumínio, da meia e do chocolate, em prol dos soldados que lutavam num país frio e distante; a guerra, para mim, era a revista “ EM GUARDA” que publicava fotos dantescas das atrocidades dos campos de concentração de Hitler (que meus pais nunca me esconderam ); a guerra, para mim, era uma flâmula na vidraça da janela da casa de nº 80 da Rua Oliveira Botelho, com os dizeres: “Daqui partiu um pracinha”; a guerra, para mim, foi saber que um médico da Marinha, que servira no Sanatório Naval (cuja esposa era amiga de minha mãe), havia morrido num dos navios torpedeados pelos submarinos nazistas, em águas territoriais brasileiras.

Ao se aproximar o Natal de 1944, uma senhora muito piedosa, Dona Dulce Braune Barcellos (filha do inesquecível Alberto Braune) foi às casas, onde havia criança, levando uma vela e pedindo que, na Noite Santa, à luz daquela vela, cada uma rogasse ao Menino Jesus, por um expedicionário friburguense.

Minha mãe se comprometeu que eu seria responsável, em minhas orações, por aquele pracinha, cuja genitora chorava às margens do rio, e de cuja janela eu via a flâmula. Elas eram unidas por um forte laço de amizade. O pracinha em questão, era o jovem Gaspar Reis Jasmim, o “ Gasparzinho”, filho de Dona Maria Reis Jasmim, a nossa querida amiga “Dona Mariquinha”.

O tempo passou. O “Dia da Vitória” chegou. Os expedicionários brasileiros foram recebidos pelo Papa Pio XII, antes do embarque para o Brasil.

Aquela mãe, “Dona Mariquinha”, voltou a sorrir, para nossa alegria, e eu ganhei de recordação um medalhão de Nossa Senhora das Graças, abençoado pelo Papa, trazido por meu “afilhado Gasparzinho”, o qual conservo com todo o carinho e devoção.

Lamentavelmente, dos expedicionários friburguenses que lutaram na Itália, só Antônio Durval de Moraes não retornou. Como padioleiro, ao prestar socorro a um soldado ferido, morreu como herói, ao pisar numa mina.

É pois, com este quadro da minha infância aqui retratado, com singelas pinceladas, que presto a minha sincera homenagem a todos os EX-COMBATENTES DO BRASIL, orgulho da nossa NAÇÃO.

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