Filmes da semana 29/09 até 05/10

29/09/2017 19:04:02
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Kingsman: O Círculo Dourado. O cineasta Matthew Vaughn, produziu, escreveu o roteiro e dirigiu em 2015 Kingsman – Serviço Secreto que, apesar de não terem sido previstas continuações, o sucesso foi tanto que um continuação se tornou inevitável. O problema em casos assim é sempre o mesmo, a continuação vai conseguir manter a essência do original trazendo ainda algo novo? A resposta é sim, e isso não é nada fácil de fazer. Mesma equipe de produção, diretor, atores de ponta e um timing  perfeito que mescla James Bond e Maxwell Smart.  Desta vez, os agentes britânicos vão aos Estados Unidos para pedir ajuda depois que um ataque quase os destruiu. A inserção do “Cowboy e do Zorro” nas interpretações de Channing Tatum e Pedro Pascal vestem como uma luva na narrativa exagerada do arquétipo do herói regionalizado. O elenco ainda conta com Colin Firth, Taron Egerton, Mark Strong, Jeff Bridges, Halle Berry e a incrível Julianne Moore que está perfeita como vilã vintage. É impressionante como ela consegue se apropriar da personagem de uma tal maneira que fica complicado imaginar outra atriz. Importante destacar o tom insano e debochado que marca um filme. Todo mundo já se imaginou sendo um espião, mas se pudesse escolher, seria com em Kingsman. Charme, nobreza e aquele olhar de que tudo está sobe controle, além é claro, dos brinquedinhos poderosos, como o já conhecido guarda-chuva, são os adereços de um formato narrativo que caiu no gosto do público. Aí não faltam boas sequências, como a do início, bons carros, situações impossíveis e muito bom humor. Kingsman foi uma aposta tão acertada que já está com mais uma continuação prevista para 2019. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

Estreia também Lego Ninjago: O Filme. Essa sacada de criar coleções LEGO baseadas em sucessos dos cinemas foi excelente e alçou o popular brinquedo de blocos de montar, em um item cobiçado e elitizado. Aí veio a ideia brilhante, inverter a coisa toda e criar um “universo próprio” e levar os brinquedos para os cinemas. Para isso, foi utilizada uma linguagem própria, uma dinâmica acelerada e piadas rápidas e inteligentes. Para melhorar, ainda pegou ícones da cultura pop e aproveitou para fazer boas piadas que não caberiam em uma paródia ou mesmo em uma animação, e o resultado foi muito bom. Desta vez, chegou a hora de tirar sarro com os ninjas de filmes de ação. As referências novamente são utilizadas até a exaustão e funcionam bem. O enredo é sobre uma galerinha de adolescentes com “poderes ninja”, que se reúne para lutar contra Garmadon, um vilão no melhor estilo clássico que obviamente, quer destruir a cidade. Novamente a criatividade, as piadas e as referências são os pontos fortes. Essa é uma narrativa que permite liberdade quase total para as mais variadas linguagens e estéticas sem causar estranhamento. Isso fica claro logo no início quando percebemos que tudo pode acontecer e que a criatividade anda em alta. Na verdade a primeira metade do filme é muito boa, com ritmo e ótimas sequências. Os problemas começam na segunda metade quando a abordagem muda para um drama de novela mexicana. Não que isso seja um erro, mas drama requer personas fortes e mais aprofundadas do que foram apresentadas, ou fica parecendo esquetes com saídas fáceis, mas nesse caso, foi um erro do argumento. Confesso que tive dificuldade por conta dos ninjas parecerem uns Power Ranges descolados, claro que foi essa a intenção. A animação é em 3D e a indicação etária é livre.

Por fim estreia esta semana Duas de Mim. Campeão de bilheteria, o gênero consagrado no cinema nacional, a comédia encontrou formatos diversificados e que estão cada vez mais consagrados. Seja o melodrama, o showman ou mesmo os personagens da moda fazendo mais do mesmo. Existe espaço para todos os formatos, mas forma não é sinônimo de norma, e muito menos de fórmula. Cininha de Paula que, além de atriz vem se firmando como diretora na televisão, finalmente foi para o cinema mas infelizmente não é cinema que vemos na tela. Esse é um erro clássico e imperdoável. Pegar uma promessa que faz sucesso em um quadro na televisão, usar todo tipo de estereótipo imaginável e adicionar piadinhas para situações constrangedoras não é um formato, nem uma proposta e nem uma ideia. O pior é que o roteiro é previsível, incoerente e preconceituoso. Thalita Carauta faz a mulher batalhadora e explorada que busca uma chance para ascender como chefe de cozinha. Um dia ela come um bolo mágico e deseja que apareça um clone dela, o que obviamente acontece. Aí as coisas não acontecem como ela queria, a cópia não age como o desejado começam a brigar, ai socorro. Os ricos são ruins e exploradores, situações machistas e tudo é caricata. Difícil provocar o riso em um contexto assim. Felizmente alguns momentos salvam, como a conversa dos avaliadores do Gran Gourmet (Master Chef) e a Thalita tentando valorizar a receita, por exemplo, assim como a cara debochada do Latino que encaixa bem com papel. A mesma indústria audiovisual para televisão que produz material com qualidade, é também uma pedra no sapato para muitos que migram para o cinema sem conseguir se desvencilhar da linguagem quadrada e de linha de produção que se acostumaram. Cinema requer personalidade, identidade narrativa, alguma independência, personagens bem estruturados, criatividade e principalmente coragem. Tudo isso passou longe. A indicação etária é para maiores de 12 anos. Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para Bates Motel. Série baseada no romance de Robert Bloch e no clássico do Alfred Hitchcock, ela se desenvolve durante a adolescência do Norman Bates e como ocorreu a progressão dos seus distúrbios. São 5 temporadas e com um crescente bem desenvolvido, deixando o melhor para o final. De louco, todo mundo tem um pouco.

Sugestão:
A dica desta semana para assistir em casa vai para Bates Motel. Série baseada no romance de Robert Bloch e no clássico do Alfred Hitchcock, ela se desenvolve durante a adolescência do Norman Bates e como ocorreu a progressão dos seus distúrbios. São 5 temporadas e com um crescente bem desenvolvido, deixando o melhor para o final. De louco, todo mundo tem um pouco.

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