Filmes da semana 26/02 até 03/03

26/02/2016 19:37:12
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Estreia esta semana Presságios de Um Crime. Dirigido pelo brasileiro Afonso Poyart, o filme é um suspense policial do tipo clue, como peças que vão sendo passo a passo descobertas e encaixadas. Anthony Hopkins, Jeffrey Dean Morgan e Colin Farrell fazem atuações desniveladas, parecem que não encontraram o tom correto de seus personagens. Problema constante quando se tem pouco tempo para ensaiar ou uma direção de atores deficiente. O enredo é simples mas eficaz, um caso de um assassino em série desafia o FBI que busca a ajuda de um vidente. Questões são levantadas, passados desvendados e múltiplos futuros se revelam. Falta, porém, liga para sustentar os temas, as situações e as decisões que do nada vão para lados sem oferecer um convencimento qualquer. É um jogo de forçar a barra para criar certas situações ou soluções para o roteiro. A boa notícia é que a direção do Afonso Poyart é esforçada. Ele constrói boas cenas e até consegue, em muitos momentos, criar uma narrativa dramática de suspense psicológico com enquadramentos, câmera no ombro e outros recursos. Outro ponto que merece destaque é a qualidade e o belo aproveitamento da trilha sonora. A sensação final é de que poderia ter ficado melhor. Alguns clichês e cenas que lembram outros filmes incomodam e contribuem para o sabor de que algo não encaixou bem. Vale sim o ingresso pelo conjunto da obra. A indicação etária é para maiores de 14 anos.  

Estreia também esta semana Deuses do Egito. Como o próprio título sugere, trata-se de um filme sobre os mitos e arquétipos egípcios. Com tantos filmes com personagens com poderes a coisa pode ficar bem confusa. Tem os nórdicos, os gregos, os romanos, os egípcios, um monte de heróis modernos que se parecem com animais, insetos e até com fenômenos da natureza. Isso fora os desenhos japoneses que misturam tudo. Confusões a parte, Deuses do Egito é praticamente todo filmado com fundo verde, isto é, tirando os atores é quase tudo digital. O enredo é basicamente o mesmo de sempre, Deuses que parecem humanos, com disputas, inveja e traições, e humanos com características de Deuses que acreditam no amor, na lealdade e no perdão. O problema maior é que é muito CGI. Em alguns momentos fica até parecendo o Raul Seixas voando no Plut Plat Zum e em outros até convence, mas, diferente do filme 300 que aplicou uma proposta estética visual própria, a produção de arte fez algo que fica entre uma animação e uma apresentação teatral brega. Atores como Nikolaj Coster-Waldau e Gerald Butler parecem estar em Game Of Thrones e 300 respectivamente, mas duro mesmo é ver Geoffrey Rush que interpretando Ra fazendo algo desse tipo. Mas tem alguma coisa boa. O roteiro é obvio e burocrático mas salva. O enredo tem algo a acrescentar quanto a tolerância, persistência e humildade. E é claro, o antigo Egito é um campo vasto e repleto de boas histórias e personagens. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para 12 anos.

Não é uma estreia mas entrou em cartaz esta semana em Nova Friburgo 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi. O filme é uma adaptação do livro 13 Hours de Michel Zuckoff que conta os difíceis momentos ocorridos em 11 de novembro de 2012 na Líbia. O enredo é sobre a luta de 6 ex-militares que são contratados para garantir a segurança de um complexo da CIA e passam por cima de tudo e de todos para defender, após um ataque terrorista, o local onde se encontra o embaixador dos Estados Unidos. Do diretor Michael Bay, mesmo não tendo os já cansados robôs intergaláticos, é basicamente o mesmo de sempre. Muita ação, explosões e a coisa chata do herói com a bandeira norte americana ao fundo. Sem desmerecer as pessoas que lutaram na vida real, estou me referindo apenas a narrativa patrioticamente exagerada. O ponto forte do filme é, como se pode prever quando se trata de Michael Bay, as cenas de ação. O ritmo é frenético e a tensão é constante. Os atores fazem um feijão com arroz competente e conseguem acrescentar narrativamente. Para quem gosta dos “enlatados” já tradicionais do Bay como Transformers, Armageddon, Sem Dor, Sem Ganho, entre tantos, vai gostar muito. Na verdade o grande acerto do filme foi não levantar qualquer debate político, uma vez que as eleições se aproximam nas terras do Tio Sam e na época do ocorrido a Hillary Clinton era a secretária de Estado. Se houve inércia ou negligencia da candidata democrata nesse evento não importa para Bay. A coisa se resume em muito tiro, explosão e “salve” a América. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

*Importante informar que o retorno do lutador Anderson Silva que enfrentará Michael Bisping poderá ser visto no cinema do Shopping Cadima ao vivo no sábado dia 27 a partir das 18hs.

Sugestão:
Para ver em casa a dica desta semana é para De Olhos Bem Fechados. Com Tom Cruise e Nicole Kidman, é simplesmente o último filme do cineasta Stanley Kubrick.

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