Filmes da semana 23/09 até 29/09

23/09/2016 19:18:00
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Estreia em Nova Friburgo esta semana Tô Ryca. Mais uma comédia nacional que foca nos clichês sobre diferenças sociais e culturais no Brasil. Confesso que tenho arrepios quando entro no cinema para ver esse tipo de filme, mas, para minha grata surpresa, é até razoável. O enredo é sobre a frentista Selminha que descobre que é herdeira de 300 milhões, mas para poder pegar essa bolada, vai ter que passar por um tipo de teste e gastar 30 milhões em trinta dias sem poder comprar bens ou qualquer outra coisa e sem contar do “desafio”. Sei que você já está pensando que isso não faz qualquer sentido, mas essa não é intenção. Nada nesse filme precisa fazer sentido e o objetivo principal é ressaltar as diferenças entre classes e culturas. Isso sem trabalhar rumo ao mito da Cinderela, ainda bem. Tudo é muito previsível, a Selminha fica rica, gasta com tudo que pode e não pode e gera estranheza ao ascender socialmente. O importante é que alguns momentos do filme até tem graça, muito por conta do talento dos atores, mas pelo menos não fica agarrado só nos estereótipos exaltando as diferenças e submetendo as situações ao ridículo. Samantha Schmütz faz um bom trabalho e conta com a ajuda de Katiuscia Canoro que não comete erros de português, Marcelo Adnet que faz o político Falacio, Marcus Majella que faz dupla com Fabiana Karla e muitos outros. Destaque total para a Marília Pêra que infelizmente faz sua última aparição nos cinemas. O resumo da ópera é que o filme é honesto, não tenta ser nada além do que pode e tem momentos divertidos. Fora isso é uma bobagem descabida e com cara e planos de novela. Vale o ingresso só mesmo para ver despretensiosamente. A indicação etária é para maiores de 12 anos.

A outra estreia é para as crianças, Cegonhas – A História que Não te Contaram. Em um ano fraco para as animações, eis que a Warner Bros. traz uma surpresa ao lançar uma boa aventura que mistura muito drama, comédia e muita correria. Não que venha a se tornar um clássico, mas é criativo e muito bem feito. O enredo é sobre as cegonhas que vivem em uma ilha e deixaram de fazer bebês por entenderem ser uma exploração e por existirem outras maneiras de “produzir” os pimpolhos humanos. Agora as cegonhas fazem entregas de produtos, mas por um erro de uma menina que vive com a cegonhas, um bebê é feito e precisa ser entregue. Tudo isso pode atrapalhar o esquema delas e a coisa toda desandar. É aí que começa uma aventura cheia de ação e autoconhecimento. Claro que é sempre mais do mesmo. Tem o herói, a donzela, que atualmente dá tapas também, o vilão e todo o resto do pacote dos filmes de aventura. Mas tudo é bem feito, tem uma boa doze de criatividade e as piadas são engraçadas e atuais. Impossível não chamar a atenção para as referências ao Expressionismo Alemão, principalmente do filme Metrópolis de Fritz Lang na ilha das cegonhas. Como o filme trata sobre nascimento de bebês, muitas piadas criam grande identificação com os pais ao fazerem graça com o dia a dia de alegrias e frustrações que todos os pais acabam por passar. É sem dúvida uma animação que vai agradar às crianças e aos acompanhantes e vale sim o ingresso. A indicação etária é livre o a exibições é em 3D.

Sugestão:
Para quem quer ver um bom filme em casa a dica dessa semana vai para Dolls. Do cineasta Hidetoshi Nishijima, o filme conta três histórias que se entrelaçam com um trabalho narrativo singular e uma edição impecável. É um daqueles filmes bom para abrir a mente.

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