Filmes da semana 23/01 até 29/01

25/01/2020 15:02:00
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Adoráveis Mulheres. Essa é mais uma produção baseada no livro “Little Women” escrito por Louisa May Alcott e que chega aos cinemas e com a difícil tarefa de superar o anterior de 1994 que tinha no elenco Christian Bale, Kirsten Dust, Susan Sarando e Winona Ryder, só para citar alguns nomes. A boa notícia é que Greta Gerwing ( Lady Bird ) que dirigiu e adaptou o roteiro, conseguiu superar e atualizar a história com um drama leve e impregnado de sarcasmo e romance. O enredo é sobre quatro irmãs em pleno século 19, e suas dificuldades financeiras, casamentos tradicionais e a necessidade da protagonista em romper com o ciclo de subserviência da mulher, criando conflitos e inimigos dentro da própria família. A produção de arte é primorosa sem exagerar tanto nos cenários, como figurino e maquiagem. Isso cria uma sensação de realidade, assim como traz beleza e fluidez. O elenco conta com a Saoirse Ronan que guia e inspira o quarteto, mas todas as meninas tem brilho próprio, até mesmo a mais introvertida interpretada por Eliza Scanlen. Florence Pugh é a boa surpresa e rouba algumas cenas e Emma Watson interpreta a irmã mais tradicional. Para completar o elenco, tem ainda Laura Dern, Bob Odenkirk e a sempre estrelar Meryl Streep.  Adoráveis Mulheres tem elegância visual e narrativa, conta uma história universal de luta, amizade e superação e, apesar de alguns diálogos desnecessários, tem um equilíbrio inspirador e se posiciona como favorito ao Oscar 2020 principalmente pelo Figurino, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora. É o melhor filme em cartaz em Nova Friburgo e vale muito o ingresso. A indicação etária é para maiores de 10 anos.

Outra estreia desta semana é O Escândalo. Indicado a três Oscars, esse é um filme que trata de um assunto sério e que se aproveita de grandes atuações do elenco, mas infelizmente se perde na proposta narrativa ao retirar demasiadamente o peso dramático no roteiro. Logo no início, o filme deixa claro de se tratar de uma dramatização baseado em fatos reais e isso é muito importante. É uma dramatização e personagens foram criadas para impulsionar a ação, em uma obra de ficção. No Estados Unidos a Fox News é o principal veículo audiovisual de informação e o mais polêmico também. Por esse motivo, tudo precisa estar bem claro. O nome forte desta produção é Charles Randolph, um roteirista premiado e que desenvolveu uma técnica para abordar assuntos pesados de forma mais suave. Randolph tenta se reinventar nesse filme com diversos recursos passeando por gêneros, mas acaba ficando tudo indefinido, deixando a sensação que o tema foi mal desenvolvido. São muitas boas sacadas como a quebra da quarta parede para mostrar o ambiente de trabalho da emissora, assim como os encontros e desencontros das principais personagens. As atuações impressionam pelas semelhanças e Charlize Theron construiu está impecável e roubou as cenas, mesmo com as presenças das ótimas Nicole Kidman e Margot Robbie. Outra surpresa foi John Lithgow no papel de Roger Ailes, o poderoso chefão da Fox News. O Escândalo tem muita coisa boa, está longe de ser um filme ruim, mas todos esperavam mais do roteiro pelo trabalho em alto nível do Charles Randolph que vai deixar um debate importante e necessário, mas que poderia ter dado um tom mais dramático para a narrativa. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos.

Para os mais jovens a estreia desta semana é Um Espião Animal. A ideia desta animação é boa ao se referenciar nos aclamados filmes de espionagem, adicionando o exagero para fazer piadas e somando lições edificantes de amizade e superação. O enredo trabalha duas personagens supostamente opostas, que precisarão se juntar para deter os vilões e seus planos maléficos. O inusitado é que o espião perfeito ao experimentar uma fórmula para se tornar invisível, se transforma em um pombo. Incentivado pelo jovem cientista que criou o experimento, juntos eles vão tentar se aproveitar desta inusitada condição para combater o mal. Os pontos fortes da animação estão na qualidade visual, que abusa das cores e movimentos nas cenas de ação, e nas referências aos filmes com o mesmo tema que ganharam força na década de 60 e se renovam até os dias atuais. Os mais jovens vão curtir as piadas e as sequências bem desenvolvidas, enquanto os adultos lembrarão dos clássicos do passado. Os pontos fracos estão no pouco aprofundamento das personagens coadjuvante, inclusive os vilões e para o desfecho da trama que optou pela saída mais fácil e inocente. Essa é uma boa animação que vai agradar a todos e que ainda entrega, como não poderia deixar de ser, uma mensagem bela de que existem soluções melhores do que a força bruta para resolver os problemas. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 10 anos.

A última estreia é O Melhor Verão das Nossas Vidas. São sempre bem-vindas as produções juvenis com o clima do verão, repletas de aventuras e romances. O problema é o mais do mesmo e sem sustentação narrativa como esse lançamento nacional que chegou aos cinemas. A sensação é de que pegaram as meninas que musicalmente são ótimas, e decidiram protagonizá-las em um longa metragem para aproveitar o talento delas. Aí, criaram um enredo simplório e inocente, com ações e problemas bobos e pronto. Cinema não se faz assim. O filme é sobre três meninas que querem participar de um festival de música e por ficarem de recuperação na escola, encontram um grande obstáculo para realizarem seus objetivos. O que se segue é uma sequência de ações descabidas e situações que surgem do nada e de forma injustificada. As três protagonistas são fofas mas é latente a inexperiência delas com atuação. As demais personagens são estereotipadas e unidimensionais. É tudo muito raso e até mesmo o motivo principal que move a ação dramática não existe. Não há nada que justifique a motivação das meninas em relação a música. A direção de Rodolpho Knauth também é confusa e apelativa, com sequências e técnicas que não geram resultado algum. Claro que Knauth não tem como fazer mágica com um roteiro tão ruim. Uma boa sacada foi aplicar alguns recursos de linguagem moderninhos, mesmo que em exagero, são bem vindos. O que salva são os números musicais, mas isso não é o suficiente para abafar tanto problema que vai do elenco ao roteiro, em um filme “classe média rasa”. A indicação etária é livre para todos os públicos.

Sugestão: Para ver em casa a dica desta semana vai para The Morning Show. A série é inspirada no livro Top of the Morning: Inside the Cutthroat World of Morning TV de Brian Stelter, e conta o dia a dia dos bastidores do programa para televisão, mostrando os embates e as vitórias em um dos ambientes de trabalho mais competitivos conhecidos. O drama é estrelado por Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell, só para citar alguns nomes e está disponível no catálogo da Apple TV+.

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