Filmes da semana 20/10 até 26/10

20/10/2017 18:43:47
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Estreia esta semana nos cinemas De Volta Para Casa. Esse é um daqueles filmes típicos de Hollywood que se apoiam em atores e no estilo de experientes diretores de comédias românticas. Não é atoa que Reese Witherspoon está enorme no cartaz, seguida dos nomes da roteirista Nancy Meyers e da diretora Hallie Meyers-Shyer, que denotam um estilo próprio e apreciado pelo público. Witherspoon interpreta uma mãe com problemas no casamento que se relaciona com um rapaz 15 anos mais jovem. Para a coisa todas dar liga, digo em relação a trama, ela leva o rapaz e seu dois escudeiros para dentro da sua casa gerando uma série de conflitos. Claro que é sim uma comédia sobre o belo e o ridículo ao retratar uma família rica e loira, estereotipo puro, mas o roteiro vai bem além disso e entrega alguma profundidade nas personagens. Tem também o clichê dos adultos sendo crianças e as crianças como adultos e a avó que morde e assopra. Teria tudo para ser óbvio, se não fosse o roteiro bem amarrado, apesar que não faz sentido a moça levar 3 jovens que mal conhece para casa, e o tema do cinema como pano de fundo. Os meninos querem emplacar um filme e Michael Sheen, que faz o marido, é um diretor. É uma espécie de auto retrato da família da diretora para a ficção. Uma abordagem familiar com conhecimento de causa, competência e bom humor. Para quem aprecia o estilo leve da diretora, vai certamente gostar dessa comédia que se utiliza dos clichês com estilo e autoria. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.


Outra estreia desta semana é Tempestade: Planeta em Fúria. No meio dos anos 90 uma onda de filmes catástrofe tomaram conta dos cinemas, e persistiram por algum tempo até que o público cansou de ver lugares explodindo e atores da moda salvando o mundo. O problema era a insensatez dos roteiros e situações pouco desenvolvidas. Com a ascensão dos heróis de capas, aos poucos as produções minguaram e mesmo as sequências de sucessos como Independence Day: O Ressurgimento, se mostraram fracassos de crítica e público. Essa é mais uma tentativa de fazer o mesmo e não poderia estar em mão melhores (ou piores) do que o diretor Dean Devlin. Nada contra, mas Devlin participou de boa parte dos filmes desse segmento, incluindo Godzilla e Independence Day só para citar alguns. O enredo é sobre um descontrole climático global e a construção de uma estrutura de satélites que passou a controlar o clima em todo planeta. Logo aparecem problemas e a trama vai desenvolvendo um jogo de investigação que vai revelar uma conspiração política com potencial para matar milhares de pessoas. Mesmo sendo tão óbvio e não pretender algo além de sequências de ação de destruições, o roteiro não precisava ser tão simplório. As personagens são rasas e com motivações descabidas. Para piorar, diálogos insistem em explicar o que acabamos de ver na tela. Gerard Butker faz o herói truculento de sempre, Jim Sturgess e Abbie Cornish estão perdidos, Ed Harris é subutilizado e Andy Garcia salva como presidente (latino). O filme consegue levantar algumas questões políticas, mas o contexto, e o modelo engessado, é maior do que tudo. Ainda dá para dar risadas vendo neve na praia do Rio de Janeiro ou encarando Gerard Butler como engenheiro no espaço. Sobram os efeitos especiais que é a estrela do filme, e cenas de ação ainda que mal desenvolvidas. Vale o ingresso somente como cinema de entretenimento puro e desmiolado. A indicação etária é para maiores de 12 anos.

Por fim, a última estreia em Nova Friburgo desta semana é Além da Morte. Em 1990 foi lançado Linha Mortal, que contava a história de jovens estudantes de medicina que se reunião para tentar descobrir se existia algo após a morte. Para isso, eles tentava fazer “mortes controladas” em que cada um morria e depois era trazido a vida alguns minutos depois em um ambiente relativamente controlado. Foi um filme B com um elenco de peso mesmo para a época, que nunca decolou. Só para citar alguns nomes: Julia Roberts, Kevin Bacon, William Baldwin, Oliver Platt e Kiefer Sutherland. O tempo passou, poucos viram o filme, mas eis que surge um remake. O interessante é que fizeram a mesma coisa que não deu muito certo e da mesma forma. Dessa vez o elenco conta com a boa Ellen Page, Diego Luna, Nina Dobrev, James Norton, Kiersey Clemons e, com o agora veterano, Kiefer Sutherland que faz o tutor. Não existe qualquer química entre eles que fazem atuações burocráticas. Sobre o filme, ele não chega a debater questões e se agarra no suspense. As consequências são sempre punitivas e em busca de perdão. Uma bobagem que já força a barra para criar tensão e nada desenvolve. As personagens são pouco aprofundadas, vivendo dramas do passado e sendo obrigadas a buscar redenção. Não existe nobreza nos atos e as ações só acontecem por medo. Essa combinação funciona quando existe um drama consistente e com personagens profundos, e esse, não é nem de longe o caso. O resultado é um filme abaixo do mediano, facilmente esquecível que se arrasta entre situações inconclusivas e forçadas. Menos pior o original que, pelo menos, contava com um elenco carismático e conseguia criar um clima cult. Ainda assim vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Sugestão:
Para ver em casa a dica desta semana vai para A Banda. Filme Israelense sobre uma banda militar egípcia que vai tocar em uma inauguração em Israel. Por um problema eles não conseguem voltar e iniciam uma aventura no deserto. Esse é um bom exemplo do cinema que explora a qualidade das personagens para impulsionar a narrativa. Um olhar sensível sobre diferenças, respeito e superação.

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