Estreia esta semana em Nova Friburgo Rambo: Até o Fim. Personagem icônico dos anos 80 que iniciou sua saga como um drama pós-guerra do Vietnã, e logo se transformou em filmes de ação sobre resgate e vingança, pode ter chegado ao seu último ato, como sugere o título original, de forma violenta e melancólica como deveria ser. Rambo é um homem triste, que não desenvolve empatia e aguenta os golpes mais duros de pé. O filme tenta resgatar esse lado dramático, com o olhar vago e distante do protagonista. Stallone consegue mais uma vez viver o veterano durão e perdido, mas com bom coração. Na verdade seria impossível imaginar um Rambo sem o Stallone. O filme tem problemas no roteiro e na sua proposta genérica, mas consegue em alguns momentos dar aos fãs um presente, que é justamente o que o público busca. Os vilões são todos mexicanos, desalmados e exploradores. Isso mostra preguiça para desenvolver o roteiro que segue um caminho simplista e previsível, com sequências didáticas e óbvias bem no estilo Stallone. Isso já era esperado, assim como os embates que são os melhores momentos. As lutas são boas e violentas. A preparação para a guerra é uma marca da franquia e todos adoram. O público fica esperando para ver como cada armadilha vai funcionar. Para coroar os bons momentos, ouvimos o tema composto pelo falecido Jerry Goldsmith, o que soma enormemente para a narrativa dramática. O filme tem recebido críticas políticas e muitos estão dizendo que é uma obra genérica. Mas mesmo com os problemas, estamos falando de Rambo e Stallone, e isso muda tudo. Os fãs não vão se decepcionar. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 18 anos.
Outra estreia desta semana é Abominável. Essa é uma animação que tem o objetivo claro de conquistar o mercado chinês e que de quebra, presenteia a todos com belezas e costumes orientais de um povo que prima pela sua cultura e tradições. Rica em detalhes e visualmente bem desenvolvida, a animação conta mais uma vez a jornada do herói que realiza grandes feitos e se transforma no processo. O enredo é sobre uma menina cheia de sonhos e talentos que encontra um Iéti ( Abominável Homem das Neves ) escondido no telhado do prédio onde mora. Fofo e assustado, ele quer voltar para sua família e Yi e seus amigos embarcam em uma aventura rumo ao Monte Everest. A direção de Jill Cutton valoriza as expressões e a linguagem subjetiva. Na verdade todo o design do filme se relaciona diretamente com o visual de animes. Os pontos mais fortes estão nas imagens e no carisma das personagens. O Iéti é mágico e nos faz lembrar de outras criaturas da cultura pop que são cultuados. A turma que o acompanha e engraçada e desenvolve um relacionamento de cumplicidade e amizade. Os vilões, podem não ser muito ameaçadores ou ter motivos rasos, mas isso não importa, afinal, o grande vilão nessas histórias é a própria sociedade. Essa não foi a primeira e não será a última animação sobre o Iéti, mas até aqui, é a mais bem desenvolvida e que certamente será lembrada. Esse é um ótimo programa para toda a família e vai agradar inclusive os adultos pelas referências e a aula de cultura oriental. Vale muito o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.
Sugestão:
A dica desta semana para assistir em casa vai para The Good Doctor. Mesmo passando na televisão aberta, vale maratonar as duas temporadas para acompanhar Shaun Murphy e sua luta diária para ser um bom cirurgião e conviver em uma sociedade cheia de preconceitos e desafios. Destaque para o ótimo Freddie Highmore que recebeu recentemente uma indicação ao Globo de Ouro pelo seu trabalho na série.
