Estreia esta semana o esperado Maze Runner: Prova de Fogo. Este segundo filme da franquia se aproveita do fato que nós já sabemos quem é quem e não perde tempo. Nada de ficar explicando muito e fazendo disputas sociais, isso ficou no passado. Agora é “pernas para que te quero” do início ao fim. Os meninos correm o tempo todo e, aos poucos, descobrem que fazem parte de uma experiência muito além do labirinto. Parece um daqueles games frenéticos de modernos. Para quem gosta de ação e efeitos especiais vai aprovar. É recomendado ter um conhecimento prévio para não ficar perdido. Atores como Giancario Esposito e Aidan Gillen, que interpreta um personagem com características semelhante ao Petyr Baelish de Game of Thrones, foram introduzidos e dão peso ao elenco mais jovem. O roteiro não faz nada de novo, segue o padrão do herói que quebra as regras do sistema e tenta estabelecer uma nova ordem social, sempre íntegro, forte e apaixonado. Por ser uma ficção-científica de caos futurista, a fotografia é escura e as cores do filme são em tons pastel. Alguns clichês e referências culturais a outros filmes aparecem mas não atrapalham. O 3D não joga nada na tela para assustar, tem uma abordagem mais suave, valoriza as paisagens e planos abertos. O segundo filme da franquia cumpre bem o seu papel e para quem conhece ou viu o primeiro é imperdível. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
A outra estreia dessa semana é Que Horas Ela Volta? A diretora Anna Muylaert vem se firmando como uma das melhores cineastas dos últimos anos no Brasil e mais uma vez demonstra seu talento em um filme relevante e que certamente é o melhor de sua carreira. Basta dizer que foi o filme escolhido para representar o Brasil no Oscar 2016. É muito bom ver atores sendo bem dirigidos. Destaque para Regina Casé, atriz com muitos recursos mas que insistem em focar somente o seu lado cômico. O enredo é sobre uma família típica de classe média/alta e uma empregada doméstica pernambucana. A relação presente nessa estrutura é amplamente abordada e vai fazer muita gente refletir. Essa é na verdade a intenção. O filme é um drama social que aborda a família e toda a dinâmica a que vivemos. A nossa incapacidade de enxergar e agir ao que nos é visível, torna o filme amplo e atual. É uma critica ao que acontece em nossas casas, em nosso bairro, na política e muitos outros setores da nossa sociedade. É um belo tapa na cara que Muylaert nos dá usando a empregada como símbolo. Um filme que teria tudo para descambar para uma crítica rasa de dramalhão apelativo, como muitas vezes vimos, se revela um trabalho forte, com um roteiro inteligente e ótimo ritmo narrativo. Destaque para os atores que potencializam muito todo o trabalho da produção. Parabéns para o cinema nacional e vamos torcer para ser escolhido para concorrer ao Oscar de 2016. Vale cada centavo do ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.
Sugestão:
Para relaxar em casa, depois de uma semana conturbada para o Brasil, a dica vai para Elsa & Fred: Um Amor de Paixão. Uma comédia romântica leve e reveladora. Importante ressaltar que a indicação é para o filme de 2006 em espanhol de Marcos Carnevale.
