Filmes da semana 18/08 até 24/08

18/08/2017 18:17:26
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Estreia esta semana em Nova Friburgo Annabelle 2 – A Criação do Mal. Sem delongas, essa é uma grata surpresa e posso afirmar que este é o filme de terror de 2017. Diferente do primeiro filme, que apesar do sucesso, é um representante mediano do terror chato que fica dando susto o tempo todo, essa continuação tem todos os elementos que compõe o bom suspense sobrenatural. É uma aula de composição de cena e ação narrativa. Na verdade, apesar de ser uma continuação, como o título já deixa evidente, é a “vida” pregressa da boneca, antes do primeiro filme. O enredo é sobre uma família que, após um trágico acontecimento (estou tentando não fazer spoiler), passam a dar abrigo para meninas órfãs em sua casa. Anthony LaPaglia faz um fabricante de bonecas que vive com a esposa interpretada por Miranda Otto. Na primeira meia hora do filme, os elementos são apresentados e as peças posicionadas no tabuleiro. Não falta nada, temos a casa afastada, o trauma que deixou marcas profundas, o padre, a acompanhante (irmã Charlote), as meninas buscando por uma vida melhor, a protagonista com uma deficiência física tentando se superar e uma boneca sinistra, claro. David F. Sandberg demonstra força no gênero e capricha nos ângulos para dar força narrativa sem cair na tentação de imprimir estranheza nas imagens. A produção também acertou no cenários, figurino e na luz, tanto nas cores como na intensidade. Tudo isso junto mais as boas atrizes adolescentes, resultaram em uma experiência sensorial e dramática com boa intensidade e sem apelar. Outro ponto interessante é que podemos observar durante a transmissão, apreensão e risos do público. Essa mistura é uma boa resposta mostrando que as pessoas estão participando e curtindo o filme. Annabelle mostra força e fôlego para uma continuação e espero, que seja ainda melhor. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.  

A outra estreia desta semana é Uma Família Feliz. Produção alemã, voltada para o público infantil e tentando dar braçadas em uma praia dominada pela excelência estabelecida pelos estúdios norteamericanos. Muitas animações e de vários países começaram a frequentar as telas com certa competência e isso é muito bom, mas geralmente pecam na qualidade ou no roteiro. Nessa produção temos um pouco das duas situações. O enredo é sobre uma família mega clichê da classe média com todos os esteriótipos imagináveis. Mãe infeliz com a vida de casada, marido explorado pelo trabalho e apático, dois filhos, um adolescente e outro pequeno, ambos com problemas e os parentes irritantes. Pode-se encaixar essa descrição a centenas de séries e filmes, guardadas algumas variações como O Simpson, Família Dinossauro, Married with Children, só para citar algumas. O mote que o roteiro desenvolve, ainda bem, vai além disso. A protagonista é Emma Wishbone, dublada pela Juliana Paes que merece elogios pelo bom trabalho, que, para fugir da rotina, convoca a família para ir a uma festa a fantasia e liga, por engano, para o Drácula em pessoa que se interessa pela mulher e cria uma estratégia para conquistar a moça. Baba Yaga, 100% inspirada no Mestre Yoda de Guerra nas Estrelas, é enviada com a missão de preparar o terreno para o Drácula e acaba transformando a família em monstros. Essa é uma boa ideia pois os monstros são versões deles mesmos, o problema é que o roteiro não amarra bem os eventos e deixa a narrativa frouxa, com saídas fáceis que desviam o interesse do público. A animação é uma adaptação do livro do premiado escritor alemão David Safier que apesar de bem intencionada, fica na média das outras fora de Hollywood. É destinado ao público infantil até os 10 anos de idade e que vai gostar das atrapalhadas da Yaga, das músicas de sempre e vai se identificar, afinal, é um pouco da família que temos ou gostaríamos de ter. É em 3D e a indicação etária é livre.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para O Corvo. Ótimo filme de suspense policial recheado com drama, ação e boa literatura. Edgar Alan Poe é atormentado pelos seus próprios fantasmas e por um suposto admirador que se baseia em seus textos para cometer crimes num jogo de gato e rato no melhor estilo Sherlock Holmes.

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