Filmes da semana 16/12 até 22/12

16/12/2016 19:17:12
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Estreia esta semana nos cinemas o esperado Rogue One – Uma História Star Wars. Confesso que tive dificuldade para encaixar este filme na linha do tempo da saga mas, conforme as coisas foram acontecendo, ficou claro que o filme é como um evento “separado”.  O roubo dos planos da Estrela da Morte pela Rouge One foi rapidamente citado em um filme anterior, tendo portanto, apesar de todas as referências e de se tratar do “universo” Star Wars, uma abordagem diferente, mais humanizada, na base do tapa mesmo, sem tantos jedis e coisas do tipo. É um filme muito direcionado para os fãs, na verdade, quem não conhece vai ficar boiando. Até porque, são referências muito particulares mesclando ideologias, culturas e tecnologias das mais diversas tão presentes na saga. O enredo é sobre a vida e luta da personagem Jyn Erso, interpretada pela Felicity Jones que vai fazer de tudo para limpar o nome do seu pai que foi raptado e obrigado a liderar a construção da Estrela da Morte. O resto é o mesmo de sempre. O império nazista querendo dominar tudo e uma resistência atrapalhada que age no instinto e na base do vamos lá moçada. Tudo sempre apelando para a paternidade, a vingança e com tudo muito definido. Uma boa coisa é o fato de ser um pouco menos infantilizado, mas ainda assim, não tem peso ou um contexto mais complexo. A música de John Williams é sempre bem-vinda e funciona muito bem nas aparições do Lord Vader. Os efeitos são apuradíssimos e o visual, como sempre, é deslumbrante. Para quem gosta é imperdível, mas para os desavisados pode ser frustrante e cansativo, principalmente quando começam os discursos longos sobre a coragem e a esperança. Vale sim o ingresso, o 3D pouco influencia e a indicação etária é para maiores de 12 anos. 

A outra estreia desta semana é Sing – Quem Canta Seus Males Espanta. Esse é um daqueles desafios que impressionam já na sinopse. São diversos núcleos dramáticos, sem um protagonista definido e com mais de 80 músicas em menos de 110 minutos de exibição. Isso requer muito trabalho, inspiração, pesquisa e uma pré-produção praticamente perfeita. Méritos para o estúdio Illumination Entertainment e toda a produção. O enredo é sobre um coala que, para reerguer o teatro, cria um show de talentos nos moldes do “American Idol”. É uma ideia simples, que agrada ao público e é conduzida pelos mais diversos tipos de animais como porcos, ratos, gorilas e muitos outros. Claro que não foge aos clichês, afinal, o rato é golpista, a porca é fofa e sofrida, mas isso, pouco importa. As personagens, as músicas e o ritmo dão um “show”, claro, também uso clichês. O melhor mesmo é o resgate ao musical clássico em que a música amolece os corações, une os diferentes e resolve os conflitos pessoais. Funciona como um catalizador, um ponto de convergência para o bem coletivo. Destaque para o final com estrutura semelhante ao teatro grego catártico. As vozes no elenco original contam com nomes de peso como Matthew McConaughey, Reese Witherspoon, Scarlett Johansson entre outros e, a versão dublada segura bem, contando com a presença de Mariana Ximenes, Wanessa Camargo, Fiuk, Sandy e Marcelo Serrado. Os únicos pecados cometidos ficam por conta de um roteiro meio solto, as tradicionais piadinhas infames e uma dramaticidade exacerbada tendendo para o brega. É muita correria, muita música, muitos núcleos narrativos mas com algumas pontas que não fecham. De qualquer forma o resultado impressiona tanto pelo tamanho do trabalho para realizar uma animação deste porte como pelo resultado final. Esse sim vale o ingresso para toda família. A indicação etária é livre.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Estômago. Um ótimo filme sobre nossos limites ou a falta deles. Certamente o melhor trabalho do diretor Marcos Jorge que precisa realinhar sua carreira e voltar a boa forma.

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