Filmes da semana 16/06 até 22/06

16/06/2017 18:12:06
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Estreia nos cinemas esta semana Baywatch – S.O.S. Malibu. Os mais jovens podem não saber mas Baywatch foi uma série que marcou uma geração nos Estados Unidos no final dos anos 90 com os dramas de salva-vidas nas praias da Califórnia e, é claro, as corridinhas da Pamela Anderson na areia em slow motion. A ideia foi fazer graça referenciando o original e adicionando ação e investigação policial. Dwayne Johnson é o líder de um grupo que não mede esforços para atender a qualquer chamado de socorro. O enredo é muito simples, previsível e apelativo, mas isso nem é tão determinante em um filme como esse. O que vale mesmo é o elenco e as piadas. Dwayne Johnson vive um momento iluminado e faz uma boa dupla com Zac Efron, Jon Bass é o esforçado atrapalhado e Priyanka Chopra constrói uma vilã caricata e pouco convincente. Destaque total para a rápida aparição de David Hasselhoff e o Gran Finale com o mega slow da Pamela Anderson. Essas referências e brincadeiras são bem conduzidas, o problema é quando a coisa vai para o mau gosto. Mesmo sendo uma comédia com mulheres bonitas e homens sarados na praia, o que inevitavelmente remete a uma sensualidade mais forte, é desnecessário ficar fazendo piada com órgãos genitais o tempo todo. Resumindo, é um filme engraçado, apelativo, tem seus melhores momentos com o carisma dos atores e que cumpre bem o objetivo. Ser puro entretenimento. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Outra estreia é Tudo e Todas as Coisas. Adaptação do best-seller da jamaicana Nicola Yoon, o filme é mais um exemplar da sequencia de romances juvenis que usam doenças ou questões sociais para seguir na linha do “amor impossível”. O enredo é sobre uma menina que possui uma Síndrome de Imunodeficiência e não pode sair de casa. Ela vive com uma mãe dedicada, recebe frequentemente  a enfermeira e passa os dias na internet e lendo livros. Essa rotina é quebrada quando um rapaz se muda para a casa ao lado e iniciam uma paixão arrebatadora. Por aí já podemos imaginar como a coisa toda se desenvolve. É um drama previsível até o final e que usa uma reviravolta para tentar ser interessante. A direção da Stella Meghie tem personalidade mas se arrasta melancolicamente sem debater ou realmente aprofundar as personagens. Nick Robinson faz o menino que esconde seus problemas atrás de um sorriso doce e uma rebeldia moderada, enquanto Amandla Stenberg interpreta a “menina da torre do castelo”, depressiva, curiosa e reprimida, que espera por um milagre, ou um príncipe, que é a mesma coisa. É tudo cercado de muita música e com tons discretos. No fundo é sim um romance do tipo em que o amor supera tudo, mas faz um contraponto de como o amor pode ser uma faca de dois gumes. Vai agradar o público jovem e até os mais crescidinhos, principalmente quem gostou dos recentes A Culpa é das Estrelas ou Como Eu Era Antes de Você, mas aviso que a trama vai além do romance e da doença da moça, mudando o ponto central do enredo e saindo da esfera do romance juvenil. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre. 

A estreia nacional desta semana é Um Tio Quase Perfeito. Marcus Majella vem a muito tempo desenvolvendo um ótimo trabalho em comédias seja para televisão ou cinema, mas sempre como escada ou tapando buracos. É chegada a hora dele protagonizar e confesso que fiquei apreensivo principalmente por conta do diretor Pedro Antônio de Tô Rica e Os Buchas que ainda não acertou, assim como pela proposta que já é bem conhecida e possui referências no gênero. A boa notícia é que o filme é divertido, não caiu nas armadilhas das suas referências e o Majella, mesmo com os exageros, consegue uma persona mais humanizada durante sua transformação. O enredo é sobre um rapaz que vive de trambiques e mora com sua mãe, uma espécie de comparsa, até o dia que é despejado e vai morar com a irmã que tem 3 filhos. O que segue daí é um manual previsível. Cai no colo do tio ter que cuidar das crianças e uma transformação se inicia, com direito a aprendizado, descobertas e reconciliação. É uma comédia engraçada e que mostra alguma evolução do diretor em relação a composição das cenas, e na construção de narrativas referenciais e explicativas. É um filme com pretensões moderadas e que vai agradar como diversão junto com a pipoca, claro. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre.

SUGESTÃO:
A dica desta semana para ver em casa é Para Minha Amada Morta. Uma bela obra da diretor Aly Muritiba que desponta como uma boa surpresa no cinema nacional. É uma busca por vingança que se desenrola lentamente e de forma eficiente.

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