Filmes da semana 14/10 até 20/10

14/10/2016 16:54:52
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A principal estreia desta semana é Inferno – O Filme. Um dos escritores mais conhecidos dos últimos anos, Dan Brown emplaca o terceiro filme adaptado de um dos seus livros que já são escritos com a finalidade de virar uma obra audiovisual. É uma continuação do O Código Da Vinci com a mesma narrativa, cheio de reviravoltas, fazendo o tradicional jogo de dedução mas que está mais para um subproduto do original. Desta vez o tabuleiro do jogo é a obra prima, A Divina Comédia de Dante, principalmente a parte sobre o inferno. Novamente Tom Hanks faz o intérprete sheloquiano que, pista após pista, corre contra o tempo para salvar o mundo. O enredo pode até agradar em virtude do jogo a que se propõe, mas no fundo é a mesma fórmula que já se prova cansada. Existe um descompasso entre as intenções dos vilões e as ações para a execução do plano. Os vilões, intencionalmente são fofos e paspalhões. Isso justifica a motivação descabida que os move, mas não dá peso dramático. Como já dito, é um produto menor e isso está refletido nas cenas, no elenco, nos diálogos e na trilha sonora. Outros problemas estão na edição arrastada e na insistência de criar um amor impossível para o herói. Claro que as belas paisagens e locações estão presentes e um pouco de história e literatura. Ron Howard é um diretor competente, experiente e sabe bem onde arriscar. Fez um filme certinho, gastando pouco para os padrões e surfando ao máximo na onda da franquia. Está em um nível abaixo até mesmo do Anjos e Demônios. Vale o ingresso pelo conjunto das obras. A indicação etária é para maiores de 14 anos. 

A outra estreia desta semana em Nova Friburgo é Terra Estranha. Estreia em um longa metragem de ficção da diretora Kim Farrant, o filme marca o retorno de Nicole Kidman ao cinema australiano. O enredo é sobre uma família que aparentemente está fugindo do seu passado mudando-se para uma pequena e escaldante cidade no deserto da Austrália. Em meio a comportamentos estranhos e injustificáveis somem os filhos do casal e inicia uma busca com direito a fenômenos naturais e muito suspense. Farrant, diretora conhecida por documentários “ousados” consegue belas imagens e trabalha bem com as cores quentes. Outro ponto positivo é a atuação de Nicole Kidman e Joseph Fiennes que carregam bem os momentos de desatino e desespero adicionando uma boa carga de peso à narrativa. O problema está no roteiro. É sempre interessante que em uma história que exista espaço para diferentes interpretações, principalmente quando existe um debate sendo proposto. Mas o caso aqui é diferente e não se sabe os motivos, os problemas se sucedem e a busca por uma explicação que forneça algum sentido simplesmente não existe. Na verdade deixa uma sensação de: O que estou fazendo aqui? Mesmo o público mais aberto e disposto a construir um enredo além do normalmente dado, fica sem rumo. E não se trata de entender ou não. O enredo deixa tantos pontos abertos, que o todo não consegue ser entendido. Não se sabe o que aconteceu ou o que está acontecendo e pior, nada realmente está sendo discutido. Deixa apenas a indicação de que estão todos perdendo a sanidade tanto pelas ações como pelo isolamento e condições extremas. Será que ocorreram abusos sexuais? Tudo indica que sim, mas fica só na indicação. Resumindo, o filme deixa muito mais perguntas do que respostas. Vale o ingresso pela qualidade da produção mas o filme tenta ser mais do que consegue ser. Tenta ter uma pegada de “arte”, só que não. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

SUGESTÃO:
Para assistir em casa a dica para esta semana vai para Cinema, Aspirinas e Urubus. Uma bela estreia em ficção do diretor e roteirista Marcelo Gomes que conta uma história de amizade, tolerância e caminhos nem sempre fáceis para seguir.

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