Filmes da semana 13/02 até 19/02

15/02/2020 13:32:29
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Estreia esta semana nos cinemas em Nova Friburgo o grande vencedor do Oscar 2020, Parasita. Com as três principais estatuetas, Melhor roteiro, Melhor Diretor e Melhor Filme, Parasita quebrou uma grande barreira e se tornou o primeiro filme estrangeiro a vencer nessas últimas duas categorias. A pergunta que fica é: qual o motivo de Parasita ser tão bom? Eu poderia escrever um livro, e muitos serão escritos, mas o ideal é focar nas principais questões. O Diretor Bong Joon Ho de Okja, sabe muito bem como tratar de assuntos sociais, consegue criar uma narrativa amarrada e explora magistralmente a dualidade humana. Isso é muito difícil! Aparentemente o enredo é sobre uma família pobre se aproveitando de outra rica, mas logo percebe-se não se tratar de um embate de classes mas sim como todos de alguma, forma se aproveitam e não solidarizam com as pessoas que os cercam. Existem diversas metáforas, muitas situações inusitadas e tudo termina em uma catarse moderna de violência e purificação. É uma obra que merece ser revisitada diversas vezes, uma crítica e uma afirmação de que não estamos no caminho certo, um debate rico e necessário para a sociedade como um todo. Vale ainda os destaques para o elenco, para os cenários desgastados e não somente sujos, para a luz que utiliza muito o verde (doença) e amarelo (ansiedade) e da direção com planos vazios, muitas vezes panorâmicos e fazendo o básico bem feito. Independente do Oscar, esse é um projeto que fez tudo certo, uma aula de cinema, com relevância, cor

Outra estreia desta semana é Sonic: O filme. Finalmente chegou aos cinemas a adaptação deste personagem que fez e ainda faz muito sucesso nos consoles de vídeo games, e que vai garantir bons momentos para o público de todas as idades. Após milhares de críticas que apareceram depois das primeiras aparições do corredor veloz causando a indignação dos fãs, o diretor Jeff Fowler e a produção decidiram mudar e acertaram. O Sonic original tinha olhos pequenos e dentes estranhos. Fizeram uma transformação Gremilins ao contrário e felizmente acertaram. O enredo é simples e basicamente temos o Sonic fugindo para a terra, para continuar fugindo de outra ameaça, o famoso Doctor Ivo Robotnik. Os efeitos digitais são bons, mas insuficientes para o live-action. Como se trata de um personagem sem parâmetros para comparação, algo único, até passa mas poderia ser muito melhor. As cenas que aproveitam a velocidade do Sonic são boas mas não apresentam qualquer novidade e os pontos fortes mesmo do filme estão no humor e nas boas atuações. Vale destacar a ótima sequência no início com a sugestiva canção do Queen Don´t Stop Me Now. É bom ver Jim Carrey fazendo algo caricata como em Ace Ventura ou O Mentiroso. O problema é que ele tem a tendência de roubar as cenas e inevitavelmente isso acontece. James Marsden faz o parceiro do Sonic e o tradicional guia e que juntos vão vencer as forças do mal. Para quem tem um olhar mais crítico, vai ficar se perguntando o motivo do Sonic não resolver as coisas logo com sua super velocidade, mas aí não teria filme. As crianças, mesmo as menores, vão gostar, assim como os marmanjos que jogaram os games desta franquia. Vale sim o ingresso e a indicação etária é livre para todas as idades.agem e muita inteligência. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A última estreia desta semana é O Grito. Este filme nada mais é do que um remake de um reboot de uma franquia que fez grande sucesso no subgênero do terror, mas que não tem mais nada a acrescentar. Do original japonês foi feito um reboot, uma versão norte americana da mesma história, e agora temos o reboot da versão, isto é, algo desnecessário e até lamentável. O enredo é o mesmo contado de uma forma diferente, girando em torno de uma mulher que sofre um grande trauma e ao tentar recomeçar em um novo lugar, se depara com um caso de uma mãe que assassinou a própria família e uma casa assombrada. A narrativa tenta atirar para vários lados mas o resultado é basicamente um apanhado de cenas montadas para impressionar pelo sangue e múltiplos jump scares que mais irritam do que assustam. As mortes são fortes e essas cenas até cumprem o intuito de gerar medo ou estranheza. O silêncio incrivelmente se mostra como um aliado narrativo, até porque a trilha sonora é muito ruim, coisa rara em filmes de terror. O ponto positivo desta produção está no elenco, principalmente na ótima Andrea Riseborough que interpreta a detetive Muldoon. A maioria dos filmes norteamericanos que chegam em fevereiro ao circuito nacional vem da baixa temporada, quando os patinhos feios desta indústria ganham tela e este filme, é um perfeito exemplo disso. Ele nada acrescenta e faz mais do mesmo novamente. Recomendo, para quem nunca viu alguma das versões de O Grito, que dê preferência ao original japonês dirigido por Takashi Shimizu. Só mesmo para os desavisados e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para a nova temporada de Narcos. Série original da Netflix, ela conta as ascensões e reviravoltas do tráfego de drogas na Colômbia e no México desde a criação do cartel de medellín comandado pelo cruel Pablo Escobar, e os desdobramentos mesmo após a sua morte. Vale pelo roteiro, pela produção e o ótimo elenco.

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