Filmes da semana 13/01 até 19/01

13/01/2017 17:05:17
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Estreia esta semana nos cinemas o aguardado Assassin’s Creed. Digo aguardado principalmente pela galera que curte games e certamente conhece a série que já chegou a nove jogos fora os secundários. É uma ficção científica que explora fatos históricos e a luta entre sociedades secretas tendo como pano de fundo a igreja no período da santa inquisição. Claro que os games exploram diferentes épocas e conflitos, mas o importante aqui é o filme. O enredo é sobre a luta de um credo chamado de assassinos, contra os templários que querem “tirar” o livre arbítrio da humanidade. Para isso estão atrás da maçã do éden e cabe aos assassinos impedir. A forma de buscar o paradeiro de tal artefato é através de uma imersão usando uma máquina “Animus” que acessa memórias diretamente do DNA dos assassinos de uma mesma linhagem. O destaque principal estão nos efeitos digitais ao retratar a Espanha no início da Idade Moderna em 1492. As imagens são belas e os sobrevoos da águia fazem o papel de nos apresentar todo esse cenário. As cenas de ação também merecem destaque e colocam os assassinos como “sobre-humanos”, capazes de subir em paredes, pular longas distancias e com direito a olhadinhas do tipo: você não me pega! Algumas sequências do diretor Justin Kurzel lembram muito as do Batman de Nolan. O próprio personagem é colocado em telhados com aquele jeito de vigilante poderoso. O elenco está afinado e conta com Michael Fassbender, Marion Cotillard e Jeremy Irons em boas composições e em papeis acertados. A fotografia leitosa sempre muito usada em ficção caiu bem e a trilha sonora fecham uma produção bem cuidada. O problema é que muita gente não vai entender ou compra a ideia e consequentemente não vai gostar. Até porque tem muito ponto sem nó. É muita informação para quem não conhece o jogo. Claro que o objetivo é divulgar o game, vender o filme, fazer novos games e ganhar muito com tudo isso. Vale o ingresso sim, mas vá com a mente aberta e curta o visual. A indicação etária é para maiores de 12 anos.  

A outra estreia desta semana é Eu Fico Loko. Filme nacional de um imenso e interminável clichê de tudo, só que bom. Como assim? Isso mesmo, a produção é bem feita, o roteiro bem amarrado e algumas sacadas tornam o enredo óbvio em algo interessante. Claro que é direcionado para o público adolescente, mas a verdade é que essa pode ser a primeira vez que um dos youtubers brasileiros de sucesso vai para os cinemas e não fica feio. O acerto aí passa por uma estrutura que se baseou no livro do Christian Figueiredo e que bebeu nas fontes certas como “Todo Mundo Odeia o Chris” e mais uma centena de filmes adolescentes, e conseguiu ficar interessante sem as afetações do youtube e até com certa inteligência. Na verdade não podemos subestimar esse povo do Youtube não. O Menino tem quase 4 milhões de seguidores porque ele é bom. Simples assim. O enredo é sobre a suposta vida do próprio Christian que narra e quebra a quarta parede, mas é acertadamente interpretado por Filipe Bragança que faz um bom trabalho, principalmente por conta do seu carisma. O Elenco mistura Alessandra Negrini e Suely Franco, que faz uma avó impagável, com estreantes que seguram bem a onda. Méritos para a boa direção de Bruno Garotti e uma produção melhor do que normalmente vemos, mas o acerto mesmo está na grande identificação com o público e na linguagem moderninha dos adolescentes. Claro que é mais do mesmo, mas podemos tirar duas lições interessantes desse filme. Primeiramente é sim possível migrar bons trabalhos de mídias digitais como o Youtube para o cinema e segundo, não é necessário ter um enredo mirabolante e original para termos um bom filme. Não que seja ótimo, até porque é muito voltado para o público adolescente, mas é melhor do que normalmente vemos desse nicho de público nas telas. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Crimes e Pecados. Cheio de referências ao Crimes e Castigos de Dostoiévski, é um dos melhores do Woody Allen e discute a moral, filosofia e a religião sempre com algum humor, mas não se engane. É possivelmente o filme mais sério da filmografia do cineasta.

 

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