Filmes da semana 12/12 até 18/12

15/12/2019 12:28:22
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Estreia nos cinemas em Nova Friburgo Playmobil – O Filme. Em uma semana de estreias medianas e que buscam públicos específicos, vamos começar pela animação que tem a intenção muito mais de promover seus produtos, principalmente nesta época do ano, do que criar uma franquia de sucesso nos cinemas. Diferente de Lego o Filme que surpreendeu a todos com seu ritmo frenético e piadas descoladas, Playmobil – O Filme entrega uma trama genérica, pouco inspirada e que não cria conexão com o público infantil, nem com os adultos. Cito os mais crescidos pelo fato dos bonecos articulados e seus apetrechos terem feito parte de gerações a décadas. No enredo dois irmãos são transportados para o universo Playmobil e precisam passar por diversos temas para tentar voltar ao mundo real. Essa opção pode ser boa comercialmente para a marca, mas narrativamente distancia o público que não consegue criar uma identidade seja com o tema viking, com piratas ou um espião e seu famoso martini. Claro que é legal ver ícones da cultura pop retratadas pela animação, mas é tudo muito misturado e desconexo. Ainda existem momentos de musical com boas canções, o problema é a falta de identidade que fazem parecer que estão ali por estarem, sem função para impulsiona a ação dramática. O resultado final é um filme pouco inspirado, tecnicamente bom e com um viés comercial acima de qualquer outro, o que prejudica muito o resultado final. Mesmo assim, vale o ingresso e a indicação etária é livre para todos os públicos.

Outra estreia desta semana é Brincando com Fogo. A ideia, a mensagem e a construção deste filme tem méritos maiores do que a sua intenção como comédia. Traduzindo, é um besteirol estilo sessão da tarde que se utiliza de um tema relevante como a família, e parte da premissa de que todo salvamento é uma via dupla. O enredo é sobre um super bombeiro que lidera um grupo de salvamento bem atrapalhado e que precisa encontrar um lar para as três crianças resgatadas enquanto enfrenta desafios na corporação. Para esse tipo de filme funcionar, precisa de alguns pontos básicos: carisma, crianças e se possível um cachorro, estereótipos vencendo suas amarras e de romance, claro. Tudo isso está presente, o que é bom, mas o problema é dar fluidez e criar um ritmo cadenciado que prenda a atenção do público. É aí que o filme derrapa. São esquetes jogadas e muitas vezes sem graça. O elenco conta com o brutamontes John Cena e com os ótimos keegan-Michael Key e John Leguizamo. A força do elenco está mesmo no conjunto que incluem ainda as presenças jovens e a bela Judy Greer. O diretor Andy Fickman fez o que sabe sem qualquer novidade e adiciona mais uma comédia a sua carreira dramaticamente despretensiosa. Vale o ingresso pela ótima mensagem de que família, vai muito além de laços de sangue e das piadas com My Little Pony. A indicação etária é para maiores de 10 anos.

A última estreia desta semana é Mais que Vencedores. Mais um filme com temática religiosa que chega aos cinemas com o objetivo básico de deixar uma mensagem de superação aos obstáculos e da transformação pela fé. Muitas pessoas compram essa abordagem e acredito que os próprios realizadores também tenham a vontade de levar essa mensagem para as pessoas. O problema é que trata-se de uma peça fílmica e precisa ser avaliada como tal. São muitos os problemas no filme e a verdade é que é até complicado avaliar. Tudo ocorre com um único propósito mesmo que não faça qualquer sentido e isso acaba por ferir a narrativa. Existe também um problema racial que pode passar despercebido, mas incomoda. O enredo é centrado em uma família que enfrenta problemas quando uma fábrica local fecha as portas. O viés utilizado para contar a historinha de luta e superação é o esporte. Problemas familiares e doenças obviamente também fazem parte de uma trama simplória e previsível. Não é cinema, está mais para uma produção que se destina a ficar disponível em catálogos de serviços de streaming. Com o crescente de temáticas que buscam polos, é esperado que essas produções ganhem as grandes telas. Importante ressaltar que existem boas mensagens e em alguns momentos bem desenvolvidos, o problema são os meios e a inconsistência da obra como um todo. Vai agradar a um público específico que não vai se importar com os problemas nem com personagens tão unidimensionais. A indicação etária é livre para todos os públicos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Marianne. Série francesa de suspense disponível na Netflix que vem recebendo elogios de toda a crítica especializada. Criada e dirigida por Samuel Bodin, a série prende a atenção pelo enredo bem construído e a utilização dos elementos clássicos narrativos do terror

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