Filmes da semana 12/08 até 18/08

12/08/2016 18:03:50
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Estreia em Nova Friburgo esta semana Um Espião e Meio. Quando criamos um roteiro, partimos de uma ideia, seja um contexto social, uma inspiração de vida de uma pessoa, dilemas universais, ou qualquer outro ponto de partida. Mas nunca podemos deixar que as personas, o drama, fique abafado e aquém dos acontecimentos. Claro que é uma comédia boba e não se trata de um drama mas, fazer da inversão de papeis a questão principal, é complicado. Aí você vai pensar o correto, afinal são Kevin Hart e Dwayne Johnson e não é possível aprofundar as personas. É verdade, mas quando o foco sai muito das personagens a narrativa se perde, fica previsível e cansativa, e é esse o caso. Claro que Hart é engraçado e que o filme rende algumas risadas, mas é tudo muito raso e as ações não fazem sentido. Para dar uma ideia, no início Calvin (Kelvin Hart) é o bonitão da escola que está em uma quadra lotada sendo o centro das atenções. Com o microfone na mão ele fala da namorada e dá um pulinho meio mortal. Pronto, fica obvio que esse pulinho vai aparecer novamente em uma cena importante. Isso é gancho em roteiro com pouca inspiração. Mas aí você vai pensar novamente: mas é uma comédia com Dwayne e Hart! É isso mesmo e não se pode exigir novidade ou qualquer originalidade. É o Hart fazendo caretas e todo tipo de piadas, até mesmo racistas e Dwayne mostrando seus dentes brancos e mexendo o peitoral. Já vimos isso antes não é? Vale ressaltar as presenças sempre boas de Jason Bateman, Aaron Paul (Breaking Bad) e Melissa McCarthy. Por fim, pode-se dizer que é um filme honesto, faz exatamente o que promete. Vale o ingresso, principalmente na terça-feira que é mais barato, e a indicação etária é para maiores de 14 anos.

Outra estreia desta semana em Nova Friburgo é A Conexão Francesa. É sempre boa a “pegada” do cinema francês repleto de arte, beleza e charme. É uma escola que prima pela autoria e possui personalidade própria. Este filme foge um pouco dessas características, só um pouco, afinal trata-se de um orçamento milionário e uma das maiores produções na França dos últimos tempos. Tudo é grandioso, cenários retratando os anos 70, figurino, elenco, etc. e esse é o ponto. O filme tenta ser maior do que poderia, tentou-se criar uma referência para o gênero mas alguma coisa deu errado. Não que o filme seja ruim, na verdade é o melhor filme em cartaz em Nova Friburgo. Mas é uma pena ver que por pequenos pontos sem nó a coisa toda perde o tom. O enredo é um tipo de “baseado em fatos reais” sobre a luta de um juiz contra o tráfico de drogas. Bem a calhar atualmente aqui no Brasil. Jean Dujardin é o juiz que manipula o sistema para chegar aos seus objetivos e Gilles Lellouche é o vilão mafioso que assusta até a sombra dos meros mortais que cruzam seu caminho. Por aí já dá para entender qual é o tom que predomina. A coisa toda parece até um filme de heróis e coisa e tal. Tem o vilão que é mega e tem o heróis que é super, ultra e mega. Isso tudo recheado de frases de efeito e é claro, muita ação. Mas é um representante do cinema francês e como sempre, tem muitas cores, boas interpretações e muito cuidado aos detalhes. Destaque para o final impressionante que faz os 135 minutos valerem o ingresso. A indicação etária é para maiores de 16 anos. 

Por fim estreia esta semana estreia Os Caça-Noivas. Hollywood aprendeu a fazer boas comédias de relacionamento e tem conseguido produzir bons filmes nos últimos tempos, mas sabe quando a coisa repete, repete e repete. E não estou falando da forma narrativa ou mesmo do plot em si, mas do modelo, das caretas, dos exageros e o apelo para buscar a piada a qualquer custo. Zac Efron e Adam DeVine são irmãos totalmente sem noção que precisam encontrar acompanhantes para o casamento da irmã mais nova e conhecem Anna Kendrick e Aubrey Plaza que topam ser acompanhantes só para viajarem para o Havaí. Ai você deve estar pensando o motivo do filme se chamar Os Caça-Noivas, afinal, eles não procuram noivas. Bom, as moças são cheias de surpresas e elas tem uma atividade na internet que pode-se até pensar em um trocadilho e tal, mas a verdade é que o título em português poderia ter sido melhor. O elenco até possui uma química boa, mas tirando os no senses, são as mesmas personagem que eles já interpretaram, não tem nada novo. É uma produção preguiçosa e que faz o público rir pelo cansaço. Um lado bom é que apesar de indicar uma abordagem machista, são as meninas quem comandam boa parte das ações. Elas é que despertam algum interesse e são a mola narrativa do filme. Na verdade, o que salva mesmo é a boa atuação da Audrey Plaza e Efron, claro, com seu tradicional charme pós-adolescência. Vale o ingresso para quem gosta de comédia insana ou de diversão com cara de sessão da tarde. A indicação etária é para maiores de 16 anos.

SUGESTÃO:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para a série Stranger Things. Com apenas uma temporada e 8 episódios, virou febre e já foi mais vista do que Demolidor e Jessica Jones, só para citar algumas. Ficção científica e suspense que é garantia de te prender em frente a televisão até o último episódio.

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