Filmes da semana 09/09 até 15/09

09/09/2016 18:31:32
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Entra em cartaz esta semana em Nova Friburgo o mais novo filme de Woody Allen, Café Society. Não se trata de uma estreia de fato, afinal já está a duas semanas no circuito nacional, mas é sempre muito bom podermos ver um filme com um “algo a mais” por aqui. Não vale aqui ficar elogiando ou falando muito da impressionante carreira de Allen que com 80 anos ainda consegue a marca de um filme a cada ano. Claro que o tempo passa e uma carreira tão longa é marcada por diferentes fases. A verdade é que independente de qualquer coisa, o resultado é sempre o de um filme com diálogos inteligentes, um toque de sarcasmo, crítica social, arte e principalmente uma análise despretensiosa da alma humana. O enredo trata sobre o que existe além das nossas escolhas, as marcas e sentimentos das relações do passado, o quão complexo e simples as coisas poderiam ser e sobre a tão desejada “felicidade”, claro. Tudo sobre a ótica do mundo contemporâneo ocidental. Destaque para a produção de arte, tanto para o figurino como para as locações e cenários. A fotografia tem uma narrativa própria e apesar de eficiente é exagerada principalmente na primeira metade. O amarelo é um caso a ser destacado. Sempre que Kristen Stewart aparece tudo fica muito amarelo. Vai ter gente dizendo que é o uma aura dourada que o fotografo criou da moça. Sinceramente, para mim é o Woody Allen zoando o Crepúsculo, filme para adolescentes estrelado pela Kristen. Também vai ter gente dizendo que é uma homenagem aos anos dourados da indústria do cinema de Hollywood. Sinto dizer, mas é Allen ironizando de várias formas o cinema, principalmente os produtores e toda a atmosfera em torno da celebrização. Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell e Blake Lively se esforçam para serem, de certa forma, personagens deles mesmos e atores como Ken Scott e Parker Posey, mesmo com poucas aparições quase roubam a cena. Outra questão a ser destacada é o fato de existirem diferentes motores narrativos em lugares diferentes e em tempos diferentes. Isso pode confundir ou dispersar a atenção do público, mas nada é em vão e estamos abordando algo complexo que não teria como ficar tudo em um único núcleo narrativo. Para quem não conhece o estilo atual de Allen pode achar um pouco arrastado, mas preciso avisar, pode levar muita gente a longos períodos pensando sobre a vida. Vale muito o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Sugestão:
Para assistir em casa a dica desta semana vai para Gosto de Cereja. Uma obra prima do cinema iraniano de um dos maiores cineastas de todos os tempos, Abbas Kiarostami. Impossível ficar passivo e imparcial. Lindo, seco e forte.

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