A única estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Rua Cloverfield, 10. O filme é um suspense psicológico com ficção científica que até tem referências ao Cloverfield – Monstro de 2008, mas que estruturalmente é completamente diferente. Na verdade, nem podemos vê-lo como uma continuação. Estaria mais para uma trama paralela. Deixou-se para traz a proposta de câmera no ombro com pegada de registro documentário e foi para o drama claustrofóbico com enquadramentos e cores para evidenciar o desespero, a dúvida e o isolamento. O enredo é sobre uma mulher que após sofrer um acidente na estrada, acorda em um quarto acorrentada. Aos poucos ela vai descobrindo que não se trata de um sequestro mas de algo muito mais complexo. Basicamente são apenas 3 atores e todos estão muito bem. Mary Elizabeth Winstead faz a mulher forte e determinada com cara de menina, John Gallagher Jr. faz o bom moço perdido e John Goodman carrega o peso do suspense e dita o ritmo das ações. Dirigido pelo estreante nos cinemas Dan Trachtenberg, o filme é um bom exemplo de como fazer boas cenas com poucos recursos. É, de fato, um filme despretensioso, que deixa isso claro e tenta explorar suas qualidades de forma honesta. O problema é o roteiro que tenta criar todo um climão de sequestro, depois diz que não, que sim, que não e por ai vai. O público fica tentando entender e desvendar um clue cheio de reviravoltas que se mostra difícil de sustentar durante quase 2 horas na tela. Isso pode frustrar e muitos podem não gostar. Independente disso, é um bom filme de suspense. Destaque para a heroína que não deixa que situações adversas determinem o seu destino. Isso fica evidenciado o tempo todo. O filme já começa com um bota-fora da moça. Vale sim o ingresso até porque está rolando uma promoção nos cinemas em Nova Friburgo com ingressos a 6 reais. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
SUGESTÃO
Para assistir em casa a dica desta semana vai para o primeiro episódio da quarta temporada de Sherlock, A Noiva Abominável. Pela primeira vez a dupla de detetives está em seu habitat natural e boa parte do episódio se passa no “palácio mental” do famoso detetive. Cheia de referência às obras de Conan Doyle, é sem dúvida uma das melhores séries da atualidade.
