Estreia esta semana em Nova Friburgo Kingsman – Serviço Secreto. Baseado no HQ de Mark Millar e Dave Gibbons, o filme conta a clássica história do espião britânico cheio de truques que luta contra um vilão excêntrico que quer acabar com o mundo que conhecemos. Colin Firth é Harry Hart, um agente secreto que busca um substituto para um agente falecido. O escolhido é um jovem desajustado, filho de um ex-agente, que vai passar por treinamentos e descobertas para enfrentar Valentine, interpretado por Samuel L. Jackson, que deseja equilibrar a sustentabilidade do planeta eliminando boa parte dos seres humanos. O grande acerto do filme é não se levar a sério. É uma sátira bem construída, com ótimas cenas de ação, algum drama e um elenco afiadíssimo. Destaque para Samuel L. Jackson e para as participações de Michael Caine e o sumido Mark Hamill que fez Luke Skywalker em Star Wars. Apesar de não influenciar no resultado final do filme, a longa duração, com mais de duas horas, incomoda um pouco devido a problemas numa narrativa que se arrasta em alguns momentos. Referências da cultura pop e dos espiões clássicos do cinema e da televisão estão por toda parte trazendo um sabor nostálgico e criando mais identificação com o público. O diretor Matthew Vaughn conhecido por trabalhos como X-Me: Primeira Classe e Kick Ass – Quebrando tudo, subiu vários degraus com um filme inteligente e bem humorado. Não é filme para o Oscar, como vários outros em cartaz, mas vale muito o ingresso. A indicação etária é para 16 anos.
Outra estreia para esta semana é Simplesmente Acontece. Adaptado do romance da escritora Cecilia Ahern com o nome original de Onde Terminam os Arco-iris, o filme conta a história de dois jovens Rosie e Alex, melhores amigos que, desde as primeiras cenas, deixam claro que tem mais do que amizade nessa relação. Entre encontros e desencontros, a vida e seus obstáculos, acabam por afastá-los. É um filme para adolescentes com todos os atributos comuns como romance, gravidez, brigas, separações, canções bonitinhas e muito mais. O filme é bem dirigido por Christian Ditter, que faz um trabalho suave e bem equilibrado entre o drama e o romance sem perder o bom humor. Os problemas estão no roteiro que cria lacunas inexplicáveis e na direção de arte que esqueceu que estamos em 2015 e fez um trabalho, digamos inocente, se limitando a mudar o figurino e a colocar uns óculos para justificar longas passagens de tempo nas personagens. As atuações são estereotipadas com a menina inocente e atrapalhada e o bom moço com tanquinho. O que realmente incomoda no filme é o conservadorismo. Apesar de abordar o sexo com naturalidade, o debate sobre o aborto é vazio, a visão patriarcal é egoísta e preconceituosa, além do machismo conceitual. Nada disso é importante para o adolescente que adora filmes fofos e cheios de mensagens positivas. O filme não é um bom exemplo e nem atual, tem vários problemas de produção, mas tem um público cativo. Vale o ingresso para os rapazes e meninas e para quem gosta de um filme leve, fofo e despretensioso. A classificação etária é para 14 anos.
Renascida do Inferno é a estreia de terror para esta semana. É a tradicional visão contemporânea do gênero com todos os atributos imagináveis. A história é sobre um grupo de jovens pesquisadores que trabalham em um laboratório isolado na busca de uma forma de ressuscitar seres recém falecidos. Após testes em animais, um infortúnio os leva a testar em um ser humano e aí começa o problema. Tudo o que pertence ao lugar comum do gênero terror está presente: jovens inconsequentes, o laboratório do cientista louco, sustos gratuitos, efeitos sonoros exagerados, problemas com a luz e um jogo de clue com surpresas até o final. Apesar de bem editado, de uma direção de arte esforçada e de algumas boas cenas, o roteiro não ajuda. O filme até faz acertadas referências à obras como Frankenstein de James Whale, mas, na maioria da exibição, o que vemos é confuso e ilógico. A identificação dos dedicados atores com o púbico é no mínimo improvável e as risadas certamente farão parte da seção. Nada disso é importante para os fãs de terror que conhecem e gostam da fórmula usada. A indicação etária é para 14 anos.
SUGESTÃO: Quem vai preferir ver um filme em casa, a dica é Pina. Mais do que um documentário é uma homenagem à coreógrafa Pina Bausch. Inquietante, forte e emocionante. Indicado apenas para quem gosta, respira ou quer se abrir um pouco mais para a arte.
