Estreia esta semana nos cinemas o tão esperado O Regresso. Sem jogar conversa fora, é um dos melhores filmes dos últimos anos mas, fica o aviso, assim como A Árvore da Vida de Malick e outras preciosidades audiovisuais, pode não agradar a todos. A história é baseada em fatos reais e vem sendo contada a muito tempo e de várias formas. O roteiro, porém, é uma adaptação do livro do Michael Punke, e conta a luta pela sobrevivência de Hugh Glass após uma sequencia impressionante de acontecimentos trágicos e sua busca por vingança. Leonardo DiCaprio, Tom Hardy e todo o elenco está incrivelmente bem conduzido além de serem personagens complexos e interessantes. Destaque é claro para DiCaprio que mais uma vez faz um belo trabalho e se entrega de forma visceral. Mas o filme vai muito além da torcida para que o belo rapaz vença o Oscar, na verdade, o filme concorre a 12 estatuetas ao todo e 4 são barbadas. Melhor ator, diretor, diretor de fotografia e edição de som. Dirigido pelo mexicano Alejandro G. Iñárritu, que possui um currículo variado com filmes como Birdman (A Inesperada Virtude da Ignorância), Babel, Amores Brutos, entre outros, o momento não poderia ser melhor para o diretor, produtor e roteirista. As cenas em plano-sequencia novamente impressionam pela qualidade técnica e pelo resultado. Durante a batalha com os índios logo no início, o público tem uma experiência sensorial incrível. Como quase não tem cortes, é como se o espectador estivesse caminhando pelo conflito. Cenas como essas são muito difíceis de serem realizadas e, essa que citei, renderam mais de 1 mês só de ensaios. Passando para a fotografia, é a terceira vez seguida que Emmanuel Lubezki pode levar o Oscar. A beleza das imagens, quase sempre em tons entre o branco e preto possuem uma força narrativa raramente vistas. É como ver um filme colorido mas em preto e branco. Todo filmado com luz natural do dia, os ângulos, os planos, as cores e as locações conseguem criar beleza em acontecimentos brutais. Outro ponto forte é a música. Não só pela beleza, mas pela força narrativa. Todo feito no Canadá, foi uma produção difícil e muito estudada. Iñárritu gastou muito tempo pesquisando sobre ataques de ursos, o período de luz natural era muito pequeno e a decisão em não optar por efeitos visuais digitais, apesar dos riscos deram um bom resultado. Não estou citando o ataque do urso que foi sim digitalmente construída, mas a da avalanche. Imagina qual a possibilidade de alguém errar em uma cena com atores e que explosivos detonam uma avalanche ao fundo? Não posso deixar de destacar a cena da igreja que sozinha já vale por todo o trabalho. Resumindo, é um filme para ser visto, revisto e principalmente apreciado, mas pode não ser para todos. Vale muitos ingressos e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
*No domingo, dia 7 de fevereiro as 21hs o cinema do Friburgo Shopping vai, em parceria com a ESPN, receber direto da California a transmissão do Super Bowl 50. Para quem gosta é imperdível.
Sugestão:
Para ver um bom filme em casa a dica da semana é para Orquídea Selvagem. Com Mickey Rourke e Jacqueline Bisset, é uma trama sexy ambientada no carnaval do Rio de Janeiro e Salvador. Um pouco da visão gringa do carnaval brasileiro.
