Filmes da semana 02/09 até 08/09

02/09/2016 17:38:59
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A principal estreia desta semana é Star Trek – Sem Fronteiras. Essa nova fase do clássico Jornada nas Estrelas tem surpreendido tanto pela qualidade do enredo, como a capacidade de saber beber o que a série tinha de melhor. Os principais pilares são as personagens e a nave enterprise que vira e mexe vai ficando mais moderninha. Isso é fortemente preservado ao ponto de em alguns momentos as gerações de Kirk’s, Spock’s, McCoy’s e Scotty’s se misturam sem causar qualquer estranhamento. Esse é o filme dessa nova geração que mais se assemelha com alguns episódios da série original. A turma de atores está toda novamente, Chris Pine, Zachary Quinto, Simon Pegg, Karl Boutella e ainda temos novas aquisições como Idris Elba e Sofia Bostella. Infelizmente o ator russo Anton Yelchin que interpretou Pavel Chekov faz sua última aparição nos cinemas depois do trágico assistente que o vitimou alguns meses atrás. Apesar das chatas lições e discursos em boa parte do filme, a ação é o ponto alto. Em alguns momentos a coisa toda pode parecer confusa com tantos núcleos de ação ao mesmo tempo, mas isso não atrapalha o resultado. Outra coisa que incomoda é o roteiro todo amarradinho com ganchos e soluções dadas. Fica tudo previsível e um pouco descabido, mas quem se importa. Desta vez a Enterprise vai ajudar uma tripulação em apuros após um pedido de socorro e acaba descobrindo uma grande ameaça. Sem muita divulgação o filme chegou sem o estardalhaço de outras grandes estreias mas vale muito o ingresso. É muito bom ver o resultado e a continuidade de um trabalho que respeita e resgata a essência do original mas tem sua própria narrativa. Vida longa e próspera para a franquia. A indicação etária é para maiores de 12 anos. 

Outra estreia desta semana é O Homem das Trevas. Importante revelar logo de cara que o uruguaio Feder Alvarez, de A Morte do Demônio e do curta Ataque de Pânico, é o diretor e roteirista do filme. Trata-se de um promissor cineasta com uma boa proposta de mesclar efeitos tradicionais com CGI. Na verdade, os efeitos em computação são quase imperceptíveis na carreira do diretor. Este é um filme de suspense que passa longe do sobrenatural e é tão ou mais assustador quanto qualquer outro. O enredo é sobre três jovens que descobrem que um homem cego que mora sozinho tem muito dinheiro guardado em sua casa e decidem roubar. Só que, o que parecia uma tarefa tranquila, se torna um pesadelo com os jovens sendo caçados pelo homem cego. O elenco conta com Stephen Lang, muito lembrado por fazer recentemente o vilão de Avatar e esbanja talento no papel do homem cego, um tipo de personagem “sem nome”, enquanto Jane Levy, Dylan Minuete e Daniel Zovatto formam o trio jovem que será aterrorizado. Não posso deixar de citar David Fischer com o filme O Quarto do Pânico. São muitas as referencias das personagens, enredo e narrativa. Não que seja uma cópia, mas passa da simples semelhança. Os pontos fortes do filme estão na qualidade do suspense, na sensação claustrofóbica e no clima de desespero que vai tomando conta do espectador. Não se trata de um filme marcante, mas certamente catapulta Feder Alvarez de promessa para uma possível referência no gênero terror contemporâneo. Vale muito o ingresso principalmente e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

A última estreia desta semana em Nova Friburgo é Um Namorado para Minha Mulher. O cinema nacional desenvolveu um formato de sucesso para as comédias que tem surtido bons resultados principalmente em relação a arrecadação e público. Isso não quer dizer que são boas, mas o importante aqui é ressaltar que não se trata da comédia água com açúcar básica que só busca o riso fácil. Adaptado do filme do argentino Juan Taratufo de 2008, a versão brazuca de Julia Rezende mesmo com o fato de ser um enredo muito previsível, não trata o público de forma tola. Ingrid Guimarães e Caco Ciocler fazem um casal que após 15 anos juntos estão com a relação desgastada e sem perspectivas. Para tentar estimular uma separação sem ser o pivô, o marido contrata um sedutor meio brega e com pinta de machão para dar em cima da esposa. Esse é certamente uma das melhores atuações da Ingrid que mesmo com os tradicionais exageros, consegue alguma sutileza e estimular o riso de forma mais inteligente e eficiente. Claro que no todo tem aquela incômoda cara de novela das sete, mas é inegável o bom trabalho da diretora Julia Rezende que demonstra amadurecimento e pode ser uma janela para novos caminhos para o cinema nacional. O filme é engraçado e relevante. Faz uma boa reflexão sobre a rotina e as relações nos tempos atuais. Vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

Sugestão:

Para ver em casa a dica desta semana vai para O Invasor. Adaptação do livro de Marçal Aquilo, é um suspense bem articulado sobre amizade e traição que marcou a retomada do cinema nacional.

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