A HOLLYWOOD FRIBURGUENSE

09/10/2014 15:01:57
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No ano de 1966, o ator, roteirista e diretor Mozael Silveira escolheu Nova Friburgo para cenário de seu filme “Em Ritmo Jovem”. O ator principal era o cantor Márcio Greyck que fazia par romântico com a, também, cantora Adriana. O elenco era, ainda, constituído de Grande Otelo, Moacyr Deriquém, Jorge Murad, Vanja Orico, Denise Barreto e outros.

O filme conta a história de um cantor que escolhe Nova Friburgo para repousar e que, pelo excesso de trabalho, se encontra muito fatigado e estressado.
O personagem ao chegar à nossa cidade, se dirige à redação do jornal “A Paz”, na Rua São João (atual Monsenhor José Teixeira), a fim de pedir informação a respeito de um bom hotel, para se hospedar, sendo atendido pelo jornalista Ângelo Ruiz, que lhe indica o Hotel Sans-Souci. Não tarda muito, e começa a participar de reuniões promovidas pelos jovens, em torno da piscina do referido hotel, cantando acompanhado do conjunto local, “Os Adolescentes” (composto pelo, então, estudante Ildefonso da Silva Pereira, (Afonsinho) seus irmãos e alguns amigos e que, mais tarde, passaria a se chamar “Los Kacus”). Nosso personagem se familiariza com os moradores da cidade, e acaba se apaixonando por uma jovem residente numa casa antiga, rodeada de amplo jardim, com coqueiros, em plena Rua Alberto Braune nº 72 (O imóvel, em questão, construído em 1879, de propriedade da família do Sr. Elias Caputo, era a Pensão Dona Mariquinha, que seria demolido, por volta de 1971, para dar lugar à Rua 16 de Maio, atual Dr. Ariosto Bento de Mello). Vencendo algumas dificuldades, o namoro dos jovens se firma, eles ficam noivos, e se casam na Capela de Santo Antônio, no Suspiro. O interessante é que o papel do padre é interpretado pelo próprio pároco da citada capela, Padre Fernando Sperzani.

Outro filme rodado em Nova Friburgo, em 1971, que teve grande repercussão, na época, por focalizar a vida, numa comunidade hippie, foi “Geração Bendita. Dirigido pelo friburguense Carlos Bini, contava com a sua participação e a de rapazes da sociedade local como, Carlinhos Kohler, João Carlos Cortes Teixeira, Carlos Rosemberg da Silva e outros mais. O entusiasmo do friburguense pela Sétima Arte, vem de longa data. Na década de 1920, ao tempo do cinema mudo (segundo meu pai, Salim Lopes), alguns aficionados fizeram um filme, com cenas na Praça do Suspiro, tendo por estrela uma jovem da Colônia Libanesa. A amadora atriz era Jamile, a bela filha do libanês Feres Theme, conhecido pelo nome de “Pé de Anjo”, por causa da denominação da sua charutaria.

A partir da segunda metade da década de 1940 e durante todo o tempo dos “Anos Dourados”, um nome, que enchia os friburguenses de entusiasmo era o de Watson Macedo. Seus filmes se sucediam e eram aguardados com ansiedade: “Este Mundo é um Pandeiro”, “O Mundo se Diverte”, “Carnaval no Fogo”, “A Sombra da Outra”, “Aviso Aos Navegantes”, “Aí vem o Barão”, “O Petróleo é Nosso”, “Sinfonia Carioca”, “Um Morto ao Telefone”, “Rio, Verão e Calor”, etc. Ele nasceu em Itaocara, em 1919, mas para Nova Friburgo se transferiu, na juventude, para completar seus estudos. A sua sobrinha Ely Macedo, a famosa atriz Eliana, estudou no Colégio Modelo, quando ele funcionava no prédio do antigo Hotel Leuenrot, na rua do mesmo nome. Watson Macedo mesmo quando foi para o Rio, onde se destacou no cinema, como diretor, estava sempre em nossa cidade, pois a senhora sua mãe, D. Janu (Januária Macedo), e sua irmã eram proprietárias do Hotel Friburguense, em frente à Estação da Leopoldina, hoje, sede da Prefeitura Municipal. Era comum a estadia de conhecidos atores no referido hotel, e alguns dias da “lua de mel” do casal Ilka Soares e Anselmo Duarte foram passados ali. Constituem orgulho para os seus conterrâneos os Irmãos Farias – Roberto,Rivanides e Reginaldo – por colocarem em evidência o nome de Nova Friburgo, no cenário do cinema nacional, com filmes de alta categoria como: “Cidade Ameaçada”, “Em Família”, “Pra Frente Brasil”, “Toda Donzela tem um Pai que é uma Fera”, “Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia”, “Assalto ao Trem Pagador”, “Roberto Carlos – Em Ritmo de Aventura”, “Roberto Carlos- E o Diamante Cor de Rosa”, “Rico Ri à Toa”, etc.
Na verdade, “O CINEMA AINDA CONSTITUI A MELHOR DIVERSÃO”

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