Segredo da ave popular do Natal: Você já viu um chester vivo?

24/12/2016 09:19:53
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Ele é muito popular na ceia de Natal dos brasileiros, mas pouco se sabe sobre sua origem e sua vida antes de chegar até a mesa. O Chester® é uma marca registrada de frango (por isso esse “R” ao lado do nome).

Ele é vendido desde 1983 pela Perdigão e foi lançado para disputar mercado com o peru da Sadia. Na época, as duas empresas eram concorrentes; hoje, ambas pertencem à BRF.

Perdigão e BRF, porém, não divulgam imagens do chester vivo, e as informações “oficiais” disponíveis sobre ele são restritas.

“A ave especial da Perdigão resulta do cruzamento das melhores linhagens de frango existentes no mercado. Graças a esse trabalho, a ave que conhecemos hoje se diferencia das demais por oferecer mais peito, ou seja, a parte nobre da ave”, informou a empresa, por meio da assessoria de imprensa, em mensagem a uma reportagem do portal UOL.

Questionada sobre fotos, afirmou: “(…) não dispomos de imagens desta ave em granja e/ou linha de produção”. Pesquisando na internet é possível encontrar algumas imagens identificadas como chester, mas não é possível verificar sua veracidade.

De acordo com a Perdigão, foram feitos vários cruzamentos entre frangos com características específicas até se chegar a uma linhagem maior, com mais peito, a parte mais nobre da ave. O bicho tem 70% da carne concentrada no peito e nas coxas, segundo a fabricante.

Seu nome vem de “chest”, que significa peito em inglês.

É transgênico?
O primeiro “frangão” foi importado dos EUA pela Perdigão em 1979 e, um ano depois, deu origem ao chester por meio de melhoramento genético. O uso dessa técnica é muito comum na indústria de alimentos, segundo Figueiredo.

O melhoramento genético é empregado pelo homem há mais de 10 mil anos, desde o início da agricultura, e funciona da seguinte forma: são selecionados para cruzamento os animais ou plantas com as características desejadas –por exemplo, maior resistência a doenças, maior produção de carne etc..

A ideia é transmitir essas qualidades aos descendentes, criando uma “versão melhorada” da mesma espécie. Por exemplo, plantas mais resistentes à seca, vacas que produzem mais leite ou… frangos com mais peito.

No melhoramento, a mudança acontece por meio do cruzamento entre membros da mesma espécie ou de espécies compatíveis. É diferente do transgênico, quando a modificação no código genético precisa ser feita por meio de intervenção em laboratório.

É cheio de hormônios?
De acordo com o pesquisador da Embrapa, não são usados hormônios para crescimento do chester nem das outras aves que consumimos. Primeiramente, porque o uso é proibido por lei no Brasil desde 2004.

Segundo a Perdigão, a alimentação do chester é 100% natural, baseada em milho e soja, sem “adição de qualquer tipo de medicamento, antibiótico ou hormônio anabolizante para aumentar o seu crescimento e desenvolvimento”.

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