Carioca que luta contra câncer sem cura, se casa com noivo que conheceu em Friburgo

17/09/2017 20:39:10
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por https://oglobo.globo.com

Layra Jordão e Alex Silva se conheceram no trabalho, quando realizavam pesquisas de intenção de voto. Em uma viagem da empresa, decidiram ficar juntos na noite fria de Friburgo, e não mais se largaram.

O diagnóstico inesperado e o agravamento de um câncer não acabou com os sonhos de um casal do Rio de Janeiro. Após a descoberta da doença, Layra Jordão decidiu correr atrás de um de seus desejos: se casar. Criou uma vaquinha virtual, bateu a meta com êxito — a estudante de gastronomia estava arrecadando R$ 2,5 mil para a cerimônia e conseguiu R$ 25 mil — e na tarde deste domingo,17, realizou o grande sonho: subiu ao altar com o noivo Alex Silva.

A cerimônia com cerca de 100 pessoas foi celebrada por Ana Hoffmann, que acompanhou a história do casal pela internet e ofereceu o serviço, em um sítio em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio. Sob o entardecer, Layra e Alex, que estão juntos desde que ela soubo que tinha um câncer, em 2013, trocaram votos e celebraram a união.

O casamento foi organizado com doações de pessoas que se sensibilizaram com a história de Layra. A estudante doou o dinheiro que havia sido arrecadado pela internet.

Ao lado de Alex desde que descobriu o câncer, Layra decidiu oficializar a relação após receber a notícia de que as alternativas de tratamento se esgotaram.

De acordo com Layra, os dois estavam “livres da pressa de casar”, mas a revelação da doença — e, mais tarde, da metástase e da ausência de cura — mudou essa realidade. Com Alex a seu lado, a estudante fez quimioterapia e radioterapia. Brigou com o câncer até as alternativas se esgotarem. Há cerca de três meses foi encaminhada ao setor de cuidados paliativos do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Os dois se conheceram no trabalho, quando realizavam pesquisas de intenção de voto. Em uma viagem da empresa, decidiram ficar juntos na noite fria de Friburgo, e não mais se largaram.

Casal não perdeu bom humor
Mesmo ciente de que era “coisa séria”, por conta dos exames e da reação de médicos, Layra nunca pensou que sua ferida na boca pudesse ser câncer. Mas recebeu o diagnóstico de um tumor maligno na glândula salivar. Na hora da notícia, nem lembra o que sentiu. Pensou, de primeira, no cabelo que cairia. E conviveu por quatro anos com uma doença resistente a tratamentos, de expansão rápida, e que deixava seu rosto inchado. Mesmo com as adversidades, ela não perdeu o bom humor.

— Esse tumor incha muito o meu rosto. Depois melhorou. Agora voltou a inchar e está indo para a testa. Eu estou parecendo um unicórnio — explicou a noiva, aos risos. — (O bom humor) é o que me mantém viva. Se eu não conseguisse fazer piada sobre a doença, eu não conseguiria fazer piada de mais nada. Não é que não me doa, que eu não tenha chorado escondida várias vezes. Mas eu vou viver rindo. A morte está ali. Enquanto ela não chega, eu faço valer a pena.

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