Bebê nasce por fertilização com “3 pais”: novidade poderia evitar doenças genéticas

28/09/2016 10:30:30
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Nasceu o primeiro bebê no mundo filho de “três pais”. Abrahim Hasan, de apenas cinco meses, foi concebido com uma nova técnica de fertilização in vitro que usa DNA de três pessoas. As informações são da revista científica “New Scientist”.

Entenda o caso
A mãe de Abrahim tem genes para a síndrome de Leigh, um distúrbio neurológico fatal que afeta o sistema nervoso e pode acometer bebês no primeiro ano de vida. Mesmo sendo saudável, o problema pode ser transmitido aos filhos. Foi o que aconteceu com os dois primeiros bebês do casal, que morreram. Por isso, ela resolveu tentar uma forma diferente de engravidar.

Fertilização com três pessoas
A nova técnica, desenvolvida por cientistas dos Estados Unidos, permite que os pais com mutações genéticas raras tenham bebês saudáveis. No caso de Abrahim, foi ultilizado o espermatozoide do pai, o óvulo da mãe e a mitocôndria de uma doadora. A fecundação foi feita em laboratório e, posteriormente, o óvulo fecundado foi implantado na mulher, que teve uma gravidez normal.

O responsável pelo procedimento foi o médico John Zhang, no Centro de Fertilidade New Hope, em Nova York. Os pais, Ibtisam Shaban e Mahmoud Hassan, que moram na Jordânia, optaram por ter o bebê no México, país onde não há regra a respeito desse tipo de técnica.

Como a técnica é feita
Apesar de ter sido criada por americanos, até o momento a novidade só foi aprovada legalmente no Reino Unido, onde é chamada de “transferência pronuclear”. Ela pode envolver tanto a fertilização do óvulo da mãe com o esperma de um doador, como a de um óvulo de doador com o esperma do pai.

Antes de os ovos fertilizados começarem a se dividir em embriões, cada núcleo é removido, descartado e substituído pelo saudável. Mas, como os pais são muçulmanos, eles não quiseram que o descarte acontecesse, pois são contrários à destruição de embriões. Então, o médico realizou uma transferência nuclear de fuso, removendo o núcleo de um dos ovos da mãe e inserindo-o em um óvulo doado que tinha tido seu próprio núcleo removido. Só então esse ovo foi fertilizado com o esperma do pai.

O método será apresentado em outubro de 2016 no Congresso Científico da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.

http://g1.globo.com/

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