As diferenças de engravidar aos 20, 30 ou 40 anos de idade

13/03/2017 10:22:26
Compartilhar

Tudo muda: o corpo, a cabeça, a rotina, a conta bancária… Mas cada mudança tem um impacto distinto dependendo da idade da mulher. Entenda por quê.

Você se forma na faculdade, é efetivada no emprego, espera aquela promoção na empresa, dá entrada no apartamento e, finalmente, acha que está pronta para aumentar a família. Mas aí tem aquela viagem imperdível, o mestrado que vai ocupar muito do seu tempo ou, então, o futuro pai dos seus filhos não apareceu ainda. De repente, você apaga as velinhas dos 35 anos e só o que consegue ver à sua frente são os sinais de que o tempo está passando… E não há creme que disfarce a queda da sua quantidade de óvulos – fica, mesmo, cada vez mais difícil engravidar. No entanto, cada época da vida tem seus prós e contras quando o assunto é ter um filho. Às vezes, é seu emocional que precisa de mais cuidado, às vezes, é o seu exame de sangue que pede mais atenção. Seja quando for, um benefício (e o maior de todos) é inegável a qualquer tempo: tornar-se mãe.

Aos 20 anos
Do ponto de vida médico, o período dos 20 aos 30 anos é considerado o ideal para a gravidez. Afinal, é nessa fase que a fertilidade da mulher está em alta, que o corpo apresenta um risco menor de ter problemas durante a gestação e de o bebê apresentar falhas genéticas, pois os óvulos são mais novos. “Quando uma menina nasce, ela já tem um ‘estoque’ de óvulos que não vai aumentar, pois eles não continuam sendo produzidos. Pelo contrário, só diminui e envelhece ao longo da vida. Para dar uma ideia: no nascimento, são aproximadamente 2 milhões de óvulos e, quando chega a puberdade, restam 400 mil.
Por outro lado, são raros os casos em que a gestação acontece por escolha e planejamento nessa faixa etária. Com as mulheres se dedicando à carreira, o desejo de ser mãe tem sido cada vez mais adiado e, diferentemente do que acontecia há algumas décadas, nessa fase elas ainda estão começando a crescer profissionalmente e a construir um patrimônio. Além disso, é comum não se sentir madura o suficiente para criar um filho. As pessoas têm uma dificuldade maior para se tornar independentes e a adolescência está se arrastando muito mais. As meninas ainda não saíram do papel de filha, então essa transposição para o papel de mãe demora mesmo. De qualquer forma, vale dizer que não importa a idade – o que vai fazer de uma mulher uma boa mãe é a capacidade dela de se conectar com o filho para atender às suas necessidades físicas e emocionais.

Engravidar antes dos 30 anos também tem outro fator superpositivo que nem todo mundo conhece: ajuda a prevenir o câncer de mama. Isso porque os hormônios produzidos durante a gestação induzem uma proteína que inibe o crescimento desse tipo de neoplasia. Além disso, a amamentação funciona como uma proteção natural dos seios, já que durante o aleitamento as células do tecido mamário sofrem alterações, ajudando a reduzir o risco da doença.

A partir dos 30 anos
Dos 30 aos 35 anos, a medicina ainda considera uma época propícia para a gestação. Este também é o período que muitas mulheres consideram o melhor para a maternidade. Isso porque elas já não são mais tão jovens e não se sentem despreparadas, além do fato de ainda terem o organismo apto para gerar uma criança. Isso é consequência, principalmente, de fatores sociais. Temos vários indicadores que mostram que as mulheres têm adiado a gravide. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 2013, 19% das mulheres que se tornaram mães em 2012 tinham entre 30 e 34 anos. Esse número era ainda mais alto no Sudeste (21,4%), o que é um resultado considerável para um país em desenvolvimento.

Em um estudo mais recente feito pelo Ministério da Saúde e divulgado em 2014, até a virada do século 20, apenas 22,5% das mulheres deixavam para ser mãe aos 30 anos. Hoje esse percentual subiu para 30,2%. Entretanto, vale lembrar que, depois dos 35 anos, as coisas começam a ficar mais difíceis. Tanto a quantidade quanto a qualidade dos óvulos diminui e isso só tende a piorar. Então, se a mulher chegou a essa idade e ainda quer postergar a gravidez, o conselho é congelar os óvulos. Esse é um procedimento caro, mas eles podem ficar congelados sem prazo de validade, referindo-se à possibilidade de uma fertilização in vitro no futuro.

A partir dos 40 anos
Dizem que os 40 são os novos 30. O estilo de vida mudou muito nos últimos anos e aqueles que já chegaram a esta faixa etária estão mais joviais do que nunca. É natural, portanto, que as mulheres deixem para essa época o plano de se tornarem mães, como as atrizes Carolina Ferraz e Dira Paes, que anunciaram a gravidez aos 46 e 45 anos, respectivamente. Além da maturidade que vem com os anos, normalmente essa é uma idade em que não existe mais aquela sensação de estar “perdendo” alguma coisa ao ter um filho – já cresceu na carreira e atingiu uma estabilidade financeira.

Nessa faixa etária, em geral, a mulher está muito mais amadurecida, tem uma vida estável e pode se dedicar mais à criança, tendo mais disponibilidade de tempo porque não precisa mais estudar e trabalhar como antes. Mas é preciso deixar claro que, embora seja mais ‘confortável’ deixar para engravidar nessa época por todos esses fatores, a questão da fertilidade é um problema e a mulher precisa saber que as chances de conseguir engravidar são menores.

Por isso, os cuidados devem ser multiplicados.“Toda gravidez aos 40 anos ou mais é considerada de risco. Além da questão da fertilidade, as chances de acontecer problemas na gestação aumentam e os principais deles são hipertensão, risco de aborto, alterações genéticas e pré-eclâmpsia.

Se você chegou a essa idade sem ter se tornado mãe e ainda deseja engravidar, é importante buscar a ajuda de um profissional especializado. É recomendado procurar um ginecologista que já esteja acostumado a acompanhar grávidas com mais idade antes mesmo de tentar. Depois, durante a gestação, o pré-natal é muito parecido com o tradicional, mas vai exigir alguns exames a mais para avaliar a saúde da mãe e do bebê, observando se ele tem falhas cromossômicas.

http://bebe.abril.com.br

Compartilhar